Arménio Carlos assumiu estas posições na Assembleia da República, no final de mais de hora e meia de reunião com o PS, a qual caraterizou como "cordial e muito frontal".

Questionado sobre as reivindicações dos professores para a contabilização de todos os anos de serviço no processo de descongelamento das suas carreiras, o secretário-geral da CGTP-IN disse acompanhar as posições preconizadas pela FENPROF (Federação Nacional de Professores) sobre essa matéria.

"Entendemos que durante nove anos, quatro meses e mais alguns dias os professores cumpriram os seus deveres e que agora é altura do Estado respeitar os direitos dos trabalhadores nessa altura, contabilizando o tempo de serviço e, desde já, prevendo no próximo orçamento [para 2018] o início da reposição dos valores que são devidos aos professores", declarou.

Em linhas gerais, Arménio Carlos defendeu a tese de que há dinheiro que pode ser poupado pelo Estado no próximo Orçamento, como, por exemplo, ao nível das parcerias público privadas (PPP), sendo "transferido para responder a problemas laborais e sociais".

"Se as propostas da CGTP-IN forem aceites, já em 2018 poderemos ter o início do processo de descongelamento, com disponibilização de verbas quer para os professores, quer para os restantes trabalhadores da administração pública, através de uma atualização anual dos salários. Não é admissível que o Estado enquanto entidade patronal continue a negar a responsabilidade e o dever perante os seus profissionais de atualizar anualmente os salários", alegou.

Arménio Carlos considerou ainda que esse sinal por parte do Estado agrava o problema do conjunto dos trabalhadores, já que, na sua perspetiva, representará um estímulo para os patrões do privado "bloquearem a contratação coletiva".

Questionado se nas suas reivindicações de descongelamento de carreiras também inclui os agentes da PSP, Arménio Carlos respondeu que a CGTP-IN entende que "todos os trabalhadores são iguais em deveres e em direitos".

"Se há desbloqueamento para uns, tem de haver para todos. Isto tem de ser feito com sensibilidade e com rigor", acrescentou.

Na perspetiva de Arménio Carlos, o atual sistema global no país continua permitir crescentes desigualdades sociais.

"Se dúvidas subsistissem, em 2016, tivemos mais mil milionários em Portugal. Há algo que está muito errado e que precisa de ser corrigido", referiu, numa alusão a um estudo sobre o número de cidadãos nacionais com mais de um milhão de euros.

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