“Eu não embarco mesmo em medidas populares que agradam às pessoas mas que são enganadoras às pessoas, não agora, mas no longo prazo”, afirmou Rui Rio, à entrada de uma reunião com a distrital do PSD de Vila Real.

O líder do PSD foi instado pelos jornalistas a comentar a questão das reformas antecipadas e o anúncio do Governo de que a partir de outubro de 2019 a reforma antecipada fica acessível apenas a quem tiver 40 anos de desconto quando fizer 60 anos de idade.

Rui Rio disse que não pode dizer se concorda ou discorda porque ainda não percebeu “qual é a medida que o Governo quer”.

“É uma confusão”, frisou.

No entanto, salientou que a questão das reformas tem dois aspetos distintos, por um lado a questão da “sustentabilidade da Segurança Social, que é muito séria”, e depois o facto de poder ser “uma proposta enganadora, que diz que dá aquilo que verdadeiramente não dá”.

“Eu não embarco em medidas popularuchas. É sempre bom dizer que as pessoas se podem reformar mais cedo, com menos anos de trabalho, com menos penalizações, tudo isso é muito bom, só que depois, a longo prazo, pode ser mau para os próprios. Tem que se ver isso com sentido de responsabilidade”, sublinhou.

Outra coisa diferente, acrescentou, “é o Governo ter prometido, ter induzido as pessoas em erro, dizendo que ia dar mais do que aquilo que verdadeiramente quer dar ou eventualmente pode dar”.

“Uma coisa é o mérito da proposta em si e, estas propostas em matéria de Segurança Social, eu tenho sempre muito respeito porque estamos a falar do futuro das pessoas e às vezes estamos a degradar o futuro das pessoas para hoje podermos dar uma boa notícia”, frisou.

Rui Rio deu o exemplo de uma pessoa reformar-se agora com um determinado valor e daqui por 10,15 ou 20 anos ainda estar com o mesmo valor, porque não houve folga para haver uma atualização.

“As pessoas querem isso? É que depois não há nada a fazer. Temos que ser muito responsáveis para não enganar as pessoas”, frisou.

Rui Rio repetiu que a questão da Segurança Social é “muito séria”.

“Nós, quando em matéria de Segurança Social damos um direito às pessoas (…) temos que saber o que estamos a fazer porque essa pessoa vai ficar indefesa lá à frente depois não pode fazer nada”. “Portanto, nós temos que fazer isso pensando sempre no futuro das pessoas e não na simpatia imediata”, concluiu.

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