Esta posição foi transmitida por Mariana Mortágua em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, depois de ter estado reunida com a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha.

Na sexta-feira, o Governo apresenta aos partidos com representação parlamentar o cenário macroeconómico para o próximo ano e até terça-feira entrega na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado para 2024.

“O Bloco de Esquerda vai apresentar propostas de alteração ao Orçamento do Estado [para 2024] com uma direção muito clara e que pretendem resolver problemas incontornáveis na sociedade portuguesa, com soluções para a habitação, para o Serviço Nacional de Saúde e para os salários. Essas não têm sido as escolhas do Governo, mas são as propostas que vamos apresentar e lutaremos por elas”, declarou Mariana Mortágua.

Interrogada sobre qual a margem do Bloco de Esquerda para negociar com o Governo e a maioria absoluta do PS ao longo do próximo processo orçamental, a coordenadora do Bloco de Esquerda começou por sugerir que se pergunte aos profissionais de saúde e de educação qual tem sido a margem de negociação por parte do executivo de António Costa.

“O Governo não tem tido margem de negociação. Temos um Governo que é incapaz de negociar para garantir os principais serviços públicos do país. E essa é sua a grande debilidade e incapacidade para dar respostas na saúde, habitação, na educação e também impostos”, declarou.

Perante a insistência dos jornalistas neste ponto relativo a eventuais conversações entre Bloco de Esquerda e Governo em relação ao Orçamento para 2024, Mariana Mortágua desvalorizou esse cenário puramente político: “As negociações que interessam ao país são aquelas que vão salvar o SNS com os profissionais de saúde, aquelas que vão salvar a escola pública com os profissionais da escola pública”.

“A margem negocial que deve existir é aquela que salva o SNS e aquela que salva a escola pública – e essas são propostas que o Bloco vai apresentar”, insistiu, antes de fazer novo ataque ao executivo.

“A resposta que o Governo deu é que não era um Governo de médicos e que não podia responder às reivindicações dos professores. No caso dos professores, fez até grandes tentativas de pôr o país contra os professores”, observou.