“Este é um mau Orçamento, é um mau Governo e um mau primeiro-ministro. O senhor primeiro-ministro é uma espécie de hora de Inverno porque está sempre a atrasar os ponteiros do desenvolvimento de Portugal”, acusou o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, no debate parlamentar na generalidade da proposta do executivo de Orçamento do Estado para o próximo ano.

O líder dos liberais — que já anunciaram o voto contra — apresentou cinco motivos pelos quais considera este um mau documento, defendendo que existe um aumento da carga fiscal, que “aumenta a despesa em percentagem do Produto Interno Bruto, o que vai condicionar o futuro e a liberdade dos portugueses”, e que a proposta “não tem nada para as empresas”.

Para Rui Rocha, com esta proposta orçamental “Portugal não cresce” e o documento “não põe o país a funcionar”, deixando críticas sobre o estado atual da educação, da saúde e da habitação.

“Eu fico muito satisfeito que ache este orçamento mau, porque se é mau para si, é bom para Portugal e é bom para os portugueses. Porque como vossa excelência e o senhor deputado André Ventura [do Chega] sabem, é evidente que este orçamento podia ser diferente: bastava estarem no Governo com o PSD para que este orçamento fosse diferente, e fosse muito mau para Portugal e péssimo para os portugueses”, respondeu o primeiro-ministro, António Costa.

O chefe do executivo sustentou que a IL “insiste em persistir num erro” e frisou que, no que toca ao crescimento de Portugal, “de 2016 para cá, o país cresceu dez vezes mais do que tinha crescido nos 15 anos anteriores”.

António Costa disse ainda que os liberais “fazem muitos truques”, sendo um deles “confundir aumento de receita com aumento de impostos”.

“Sabe qual é o seu problema? É que para si o imposto que conta não é o IRS, e o senhor não esta cá para representar quem trabalha”, atirou o primeiro-ministro.

Logo de seguida, o líder da IL pediu ao presidente do parlamento que fosse distribuído ao primeiro-ministro os resultados eleitorais das últimas eleições legislativas, defendendo que “não podia aceitar” que se dissesse que os “270 mil votantes” da IL “são pessoas que não trabalham”.

Acompanhe aqui o debate do Orçamento do Estado para 2024 na Assembleia da República: