O dístico para famílias com três ou mais filhos até aos 10 anos deverá beneficiar três mil famílias e entrará em funcionamento “nos próximos dias ou semanas”, adiantou Rui Rei, presidente executivo da empresa municipal Parques Tejo, que fez a apresentação da nova estratégia de estacionamento em Oeiras, no distrito de Lisboa.
Em estudo está a possibilidade de criar lugares específicos junto das habitações, "desde que não haja garagens", acrescentou.
“É uma experiência que vamos fazer”, disse o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, que falou depois da apresentação, explicando que a medida responde a sugestões nesse sentido feitas por várias pessoas “nos últimos meses”.
No que diz respeito aos dísticos de estacionamento, o concelho já havia anunciado a extinção do dístico verde (destinado a veículos elétricos) e o alargamento dos dísticos de residente e de empresa.
O dístico de residente será alargado a cuidadores informais e pessoas refugiadas, enquanto as pessoas com deficiência serão isentas de pagamento.
“A base da mobilidade é o estacionamento”, justificou Rui Rei.
Simultaneamente, o concelho vai disponibilizar “uma oferta exclusiva” para os munícipes que utilizem a aplicação Oeiras Move: 120 minutos de estacionamento gratuitos por dia.
“Estas duas horas desmentem a ideia de que o município pretende rentabilizar o estacionamento”, sublinhou Isaltino Morais, reconhecendo “o mal-estar” e “a ideia de caça à multa” que a comunidade tem feito chegar à autarquia.
“Não podemos ficar alheios a isso”, disse, apelando à "paciência" dos fiscais da Parques Tejo.
Porém, o objetivo das políticas de mobilidade “não é sacar dinheiro aos cidadãos, é facilitar a vida das pessoas, ordenar o tráfego e o estacionamento”, garantiu, acrescentando que será também aumentada a margem de tolerância de tempo sem pagamento.
O concelho de Oeiras fixa três metas para o futuro: duplicar os ponto.move para bicicletas e trotinetes, que chegarão aos 400 já este ano; passar das atuais 11 estações de bicicletas para 50 nos próximos dois anos; e, nos próximos quatro anos, aumentar os 17 quilómetros de ciclovias para 90.
O dístico verde foi “bom” para a promoção da mobilidade elétrica, agora é “pernicioso para a comunidade e para a política da Parques Tejo”, desde logo porque, entre 2016 e 2023, a compra de carros elétricos no concelho disparou de 0,36% para 18,2%, especifica-se na apresentação.
Considerando a sua extinção “inevitável”, o concelho comprometeu-se a manter o incentivo aos veículos elétricos, mas “pelo lado da oferta de pontos de carregamento”, investindo mais de cem mil euros.
Dos 14 novos parques de estacionamento previstos na estratégia municipal, sete já estão construídos (com 1.500 lugares) e “dois outros vão arrancar em breve”, adiantou à Lusa Rui Rei, antes da apresentação, acrescentando que “mais de metade ficará pronta este ano”.
Em 2024, 45% das 175 mil pessoas que residem no concelho fizeram deslocações de carro, 32% de transportes públicos e 20% de bicicleta ou a pé.
Segundo dados fornecidos pela Parques Tejo, a oferta de transportes no concelho aumentou 48% entre dezembro de 2022 e dezembro do ano passado, registando-se mais 62% de passageiros no mesmo período.
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