Este não é caso único. De acordo com a BBC, desde o fim da guerra coreana, em 1953, cerca de 29 mil pessoas fugiram da Coreia do Norte com destino ao país vizinho do sul. No entanto, as autoridades assumem que um desertor com um cargo tão importante acaba por ser uma situação mais rara.

Segundo a agência noticiosa da Coreia do Sul, Yonhap, na semana passada um grupo de 13 norte-coreanos chegou ao país, acrescentando ainda que um outro grupo constituído por figuras políticas procurou recentemente asilo na Coreia do Sul depois de terem deixado a Coreia do Norte em missão fora do país.

Mas a chegada deste desertor pode significar uma viragem de página no levantar do véu sobre os planos da Coreia do Norte, dada a sua posição hierárquica: o desertor tem o posto de coronel e informação privilegiada pode chegar agora às autoridades sul-coreanas. Para o Governo da Coreia do Sul, este é um sinal de enfraquecimento da liderança de Kim Jong.

Como sair da Coreia do Norte?

De acordo com a BBC, desde a década de 1950, cerca de 29 mil pessoas já atravessaram a fronteira entre os dois países mas o número tem sofrido uma queda nos últimos anos.

A verdade é que, para a maioria dos norte-coreanos, a tentativa de deixar o país pode revelar-se impossível dado o elevado policiamento da fronteira. O mais natural é tentar uma fuga pelo mar, tentando uma aproximação à China, mas aí é necessário que os fugitivos não sejam reenviados pelas autoridades chinesas para a Coreia do Norte, onde os espera uma punição. Há ainda quem tente chegar a um outro país por via marítima, que não a China.

Há vários casos de diplomatas, atletas ou músicos que, dadas as suas profissões, conseguem sair do país e posteriormente pedir asilo na Coreia do Sul. Uma coisa é garantida: a família que fica para trás será certamente perseguida.

De acordo com o mesmo meio de comunicação, quem opta por pedir asilo na Coreia do Sul participa num programa de reabilitação onde são dadas oportunidades de começar uma nova vida no país de acolhimento.