De acordo com a organização, no ano passado cerca de 82.000 pessoas contraíram esta doença infecciosa em 47 dos 53 países da região.

O número de pessoas infetadas pelo vírus em 2018 “foi o maior na década”, sendo que houve três vezes mais casos reportados do que em 2017 e 15 vezes mais do que no ano com o número mais baixo de pessoas afetadas (2016), informou hoje a OMS.

O número de crianças a serem vacinadas contra o sarampo na região europeia é o maior de sempre, “mas o progresso tem sido desigual entre e dentro de países”, refere a OMS, acrescentando que isso tem levado a um aumento de bolsas de indivíduos suscetíveis e desprotegidos, “resultando num número recorde de pessoas afetadas pelo vírus em 2018″.

No comunicado da OMS, a organização apela aos países europeus para que foquem as suas intervenções nos locais e grupos onde as falhas na imunização persistem.

“A vaga de casos de sarampo em 2018 aconteceu a seguir ao ano em que a região europeia atingiu a sua maior cobertura de sempre para a segunda dose da vacina contra o sarampo [90% em 2017]”, sublinha a OMS, destacando que 2018 foi o ano em que mais crianças na região receberam a série de duas doses de vacinas no tempo devido desde que começou a recolher e analisar os dados sobre a segunda dose.

Porém, aponta a organização, o progresso na região pode disfarçar falhas a níveis subnacionais, “que normalmente não são reconhecidas até que um surto ocorra”.

“O retrato de 2018 torna claro que o ritmo atual de progresso no aumento das taxas de imunização não será suficiente para parar a circulação do sarampo”, nota a diretora regional da OMS na Europa, Zsuzsanna Jakab, citada na nota da organização.

Alertando para as falhas a nível local, Zsuzsanna Jakab afirmou que podem criar “uma porta aberta para o vírus”.

Segundo a responsável, para se atingirem resultados é necessário olhar e trabalhar a nível local.

De acordo com a OMS, cerca de 34 países da região europeia tiveram, em 2017, uma taxa de cobertura da segunda dose de vacina contra o sarampo abaixo dos 95%, nível necessário para prevenir a circulação do vírus.

Segundo a Direção-geral da Saúde, 93% dos casos de sarampo em Portugal registados em 2018 estiveram associados a surtos, cuja origem da infeção teve início em casos importados de outros países, nomeadamente Itália, França, Uganda/EUA, República Checa e Ucrânia.

A cobertura vacinal para a primeira dose da vacina contra o sarampo, avaliada aos dois anos de idade, foi de 98% e a cobertura vacinal para a 2ª dose desta vacina, nos menores de 18 anos de idade, variou entre 96% e 98%.