“É uma população que morre de fome. É uma população que está a ser empurrada para o limite”, afirmou o diretor do programa de emergências sanitárias da OMS, Michael Ryan, numa conferência de imprensa, em Genebra (Suíça).
Importantes doadores — incluindo os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Japão — anunciaram a suspensão da sua ajuda à UNRWA (na sigla em inglês) após Israel ter acusado 12 funcionários desta agência da ONU de envolvimento no ataque conduzido pelo movimento islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 7 de outubro.
Na passada sexta-feira, a UNRWA anunciou a decisão de rescindir os contratos dos funcionários alegadamente envolvidos na ação do Hamas.
“Os palestinianos em Gaza estão a enfrentar uma catástrofe enorme (…). Se perguntarem se a catástrofe pode piorar, sim, absolutamente”, acrescentou o representante.
A ajuda humanitária está a chegar lentamente à Faixa de Gaza, que se encontra totalmente cercada por Israel após o ataque do Hamas em outubro.
“O número de calorias consumidas pelos habitantes de Gaza tem vindo a diminuir sistematicamente e a qualidade dos alimentos tem vindo a cair a pique. Não é suposto as pessoas sobreviverem com ajuda alimentar durante meses e meses ou anos”, explicou Michael Ryan.
“E se misturarmos a falta de alimentos com o excesso populacional, o frio e a falta de abrigo, temos as condições perfeitas para uma epidemia maciça entre as crianças”, frisou o representante da OMS.
No ataque de 7 de outubro, os militantes do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram mais de duas centenas de reféns que levaram para a Faixa de Gaza, segundo as autoridades israelitas.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva aérea, marítima e terrestre que matou mais de 26 mil pessoas em Gaza, de acordo com dados divulgados pelas estruturas de governo do Hamas, que controla o território desde 2007.
Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas como uma organização terrorista.
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