O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que a organização faz este apelo em conjunto com o Banco Mundial e com o Fundo Monetário Internacional para que se “acelere o processo de apoio” a esses países para proteger as suas economias da crise.
“Muitos países em desenvolvimento não conseguem apoiar as suas sociedades”, especialmente agora, quando estão sujeitas a medidas de restrição de movimentos que afetam todo o tecido económico e social.
Ter que ficar em casa para não ser contagiado e não contagiar tem “consequências para os mais pobres e mais vulneráveis” socialmente.
O diretor-geral da OMS destacou medidas tomadas pelo governo indiano, que aprovou um pacote de “24 mil milhões de dólares” em apoio social, incluindo alimentos grátis para 800 milhões de pessoas e fornecimento gratuito de gás para cozinhar durante três meses.
“Para muitos países em desenvolvimento, será difícil programas de apoio social desta natureza. Para esses países, o perdão da dívida é essencial” para que consigam “tomar conta da sua população e evitar o colapso económico”, defendeu.
Tedros Ghebreyesus salientou que “nos próximos dias”, atingir-se-ão as barreiras de um milhão de pessoas infetadas e 50.000 mortes provocadas pelo novo coronavírus.
O responsável máximo da OMS notou que nas últimas cinco semanas houve um “crescimento quase exponencial” na expansão da pandemia, que afeta agora “quase todos os países, territórios e áreas” do planeta.
Cuidados básicos que a OMS tem recomendado desde o início da pandemia para conter o contágio, como a lavagem frequente das mãos ou o distanciamento social, são dificuldades acrescidas para pessoas que vivem sem acesso livre a água potável ou em alojamento sem espaço.
Ghebreyesus saudou a instalação de postos de lavagem de mãos à entrada de edifícios públicos e estações de transportes adotada por alguns países.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).
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