A história parecia ter todos os ingredientes de sucesso: paredes falsas, um tesouro enterrado e até uma múmia. Algo que viria dar um novo fôlego ao turismo do Egito. A teoria foi desenvolvida pelo britânico Richard Reeves, que inspecionou o túmulo em setembro de 2015.
No entanto, no passado dia 8 de maio, Khaled Al-Anani, ministro egípcio das Antiguidades, defendeu numa conferência, que reuniu no Cairo especialistas e arqueólogos para falar sobre Tuntankamon, que há a necessidade de se recorrer às novas tecnologias para provar esta teoria, mostrando o ceticismo do governo do Egito.
Apesar de Reeves ter feito um scan da parede do túmulo, em novembro do ano passado, que terá detetado zonas ocas a norte e oeste do túmulo, o atual ministro considera a avaliação inconclusiva.
Este é um grande passo atrás nesta história, depois de, em novembro de 2015, Mamduh Damati, o anterior ministro da pasta das Antiguidades, ter dado 90% de certeza, que baixou depois para 50%, de haver câmaras ocultas no túmulo, e concretamente, o túmulo de Nefertiti.
De acordo com o The Guardian, um novo exame foi realizado em março deste ano pela “National Geographic Society” (NGS) usando tecnologia de ponta, e o relatório foi enviado para o ministério. Até ao momento, nada foi revelado pelas autoridades egípcias sobre este assunto, levantando suspeitas de que a alegação inicial era infundada, e provocando inclusive a substituição do ministro das Antiguidades, em março.
Dean Goodman, um geofísico que analisou os novos dados, citado pelo site da National Geographic, propriedade da sociedade que organizou a segunda análise, afirmou que “se tivéssemos um vazio devíamos ter fortes indícios”, acrescentando que “esse vazio simplesmente não existe”, justificando que os dados de radar podem ser, por vezes, subjetivos mas “neste caso em particular, não o são. É bom num local tão importante ter resultados claros e convincentes”.
Assim, Khaled Al-Anani, atual ministro das Antiguidades, afirmou que apenas com 100% de certezas é que serão autorizadas perfurações no túmulo de Tutankamon. A discussão na comunidade científica está lançada com apoiantes das duas partes a tomarem partido.
Nefertiti, cujo nome significa “a mais bela chegou”, foi rainha do Egito pelo ano 1300 a.C., tendo governado em conjunto com o marido, o faraó Amenhotep IV, mais conhecido como Akhenaton, antecessor de Tutankamon. Conhecida entre os estudiosos como “rainha misteriosa” dada a pouca informação que há sobre ela, o seu destino encontra-se até hoje envolto em mistério, assim como os seus restos mortais.
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