A iniciativa é o resultado de dois anos de consultas lideradas pelo assessor especial da ONU para a Prevenção do Genocídio, Adama Dieng, com personalidades e organizações religiosas de diferentes confissões.

“A voz, a autoridade e o exemplo dos líderes religiosos são chave”, defendeu o secretário-geral da ONU, António Guterres, na apresentação do documento.

O diplomata português destacou o acordo que existe entre os princípios e os valores fundamentais das várias religiões e a importância que a fé tem para muitas pessoas em momentos difíceis.

“No entanto, no mundo vemos como a religião é torcida, manipulada cinicamente, para justificar o incitamento à violência e à discriminação”, acrescentou.

Guterres falou ainda do “alarmante aumento” dos discursos de ódio, tanto na internet, como noutros espaços e das mensagens que incitam o uso da violência.

Este documento, que ficou nomeado “Plano de Ação de Fez”, a cidade marroquina onde se iniciaram as consultas em 2015, está pensado sobretudo para ser um guia para os líderes religiosos.

O plano inclui ainda uma série de recomendações para que os responsáveis religiosos contribuam para a paz e para a estabilidade e apresenta estratégias regionais específicas, destacando a importância das mulheres e dos jovens nas iniciativas de prevenção.