Segundo Stéphane Dujarric, porta-voz da ONU, Guterres mostrou-se “satisfeito” por a cimeira das 20 economias mais industrializadas do mundo, organizada pela Arábia Saudita, ter dado, no comunicado final, um “forte sinal de compromisso” para que as vacinas contra o novo coronavírus constituam um “bem público mundial”.
Por outro lado, acrescentou o porta-voz, o secretário-geral das Nações Unidas também se mostrou agradado com as promessas feitas pelo programa mundial de vacinação (Covax) mesmo que o dinheiro demore a chegar.
O programa mundial de vacinação, batizado como Covax e coliderado pela Gavi (Aliança de Vacinação), ainda necessita de cerca de 4.000 milhões de dólares (cerca de 3.380 milhões de euros) para assegurar uma distribuição equitativa das vacinas e dos equipamentos médicos.
“Sobre a [o alívio da] dívida [aos países mais desfavorecidos], o comunicado final é um passo na direção certa, mas o secretário-geral considera-o insuficiente. [Guterres] teria desejado ver iniciativas mais globais sobre a dívida e sobre a liquidez”, sublinhou Dujarric.
Os líderes do G20 prometeram implementar uma iniciativa já aprovada para a suspensão do serviço da dívida que permite aos países pobres adiar o pagamento de juros até junho de 2021.
Antes da cimeira, Guterres pediu que a suspensão fosse estendida aos países de rendimento médio em grande dificuldade e que fosse estendida até ao final de 2021.
O G20 não o seguiu, limitando-se a indicar que vai “analisar” a questão na primavera.
“Sobre a questão das mudanças climáticas, [Guterres] está dececionado com a linguagem usada no comunicado final, que não reflete o movimento global observado no meio empresarial e entre vários governos no que diz respeito à neutralidade de carbono”, finalizou o porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas.
No comunicado final, num tom consensual, mas pobre em anúncios concretos, os líderes do G20 prometeram “não desistir de nenhum esforço” para garantir o acesso equitativo às vacinas contra a covid-19.
“Não desistiremos de nenhum esforço para garantir o acesso equitativo [às vacinas, testes e tratamentos] para todos”, indica-se no texto.
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