Turk utilizou o mesmo adjetivo para definir a destruição do hospital local na sequência da ofensiva militar de Israel e apelou a uma investigação "independente, efetiva e transparente" sobre a morte destas pessoas.
"Dado o clima de impunidade, a investigação deve incluir investigadores internacionais", defendeu.
"Os hospitais têm uma proteção muito especial ao abrigo do direito internacional humanitário", disse, sublinhando que a morte de civis, detidos e outras pessoas à margem dos combates “é um crime de guerra".
Até agora, o exército israelita ainda não fez qualquer declaração sobre estas constatações, denunciadas pelas autoridades de Gaza, controladas pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
Segunda-feira, a Defesa Civil da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, afirmou ter exumado nos últimos três dias cerca de 200 corpos de pessoas alegadamente enterradas pelas forças israelitas em valas comuns nas proximidades do hospital.
“As nossas equipas continuam a encontrar corpos dentro do Complexo Médico Nasser e desde sábado que os corpos de cerca de 200 mártires foram exumados”, disse Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil.
Mohammed al-Mughayer, líder da Defesa Civil da Faixa de Gaza, confirmou que 283 corpos foram descobertos nas sepulturas do hospital Nasser, em Khan Younis.
Os hospitais na Faixa de Gaza, que Israel afirma serem usados como centros de operações militares do Hamas, foram severamente alvejados durante a operação militar levada a cabo pelo Exército israelita no território palestiniano desde o ataque perpetrado em território israelita em 07 de outubro por combatentes do Hamas provenientes de Gaza.
Hoje, Turk denunciou igualmente a morte de civis na sequência dos últimos bombardeamentos israelitas na cidade de Rafah, no sul do país, na fronteira com o Egito, e manifestou-se contra uma ofensiva israelita em grande escala à cidade, onde mais de 1,2 milhões de palestinianos foram deslocados de outras partes da Faixa de Gaza pelas operações militares de Israel.
"Os líderes internacionais estão unidos em torno do imperativo de proteger a população civil encurralada em Rafah", disse Turk, que insistiu que uma operação militar contra a cidade resultaria em mais violações do direito humanitário internacional, bem como em mais mortes, feridos e deslocações em grande escala.
"As últimas imagens de um bebé prematuro a ser retirado do ventre da mãe moribunda e de duas casas adjacentes em que 15 crianças e mulheres foram mortas ultrapassam o âmbito da guerra", afirmou.
Turk denunciou ainda que a Cisjordânia e Jerusalém Oriental são palco de violações dos direitos humanos que "continuam imparáveis" e salientou que, apesar da condenação internacional dos ataques "maciços" dos colonos entre 12 e 14 deste mês, "facilitados pelas forças de segurança israelitas", estes ataques continuaram com o apoio de agentes israelitas.
Em resposta ao ataque de 07 de outubro, Israel lançou uma operação militar em grande escala contra a Faixa de Gaza com o objetivo declarado de aniquilar o Hamas.
O ataque do movimento palestiniano em Israel provocou 1.170 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem com base em dados oficiais israelitas.
Cerca de 250 pessoas também foram feitas reféns para Gaza e 129 ainda lá estão, entre as quais 34 foram consideradas mortas pelo Exército israelita.
As operações militares israelitas realizadas nos últimos seis meses na Faixa de Gaza provocaram mais de 34 mil mortos, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
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