Com cerca de 45 anos, o FSO Safer, que se encontra no porto estratégico de Hodeida (oeste), no mar Vermelho, não é alvo de manutenção desde 2015, quando o país já enfrentava a guerra civil que opõe as forças pró-governamentais aos rebeldes Huthis e que causou uma das piores crises humanitárias do mundo.

“O Safer está em risco iminente de grande derrame, o que criaria uma catástrofe humanitária e ecológica num país já devastado por mais de sete anos de guerra”, declarou a ONU num comunicado.

O petroleiro contém o equivalente a um pouco mais de um milhão de barris e corre o risco de, a qualquer momento, se romper, explodir ou incendiar-se, segundo especialistas.

“As Nações Unidas calcularam o custo da operação de emergência em 79,6 milhões de dólares (73,2 milhões de euros)”, indicou a organização.

De acordo com a ONU, esse montante inclui o reboque, o desmantelamento, o aluguer de outro navio para armazenar o petróleo e as despesas de pessoal e manutenção.

“A concretização do plano não pode começar sem o financiamento dos doadores”, sublinhou a organização, instando a “compromissos financeiros rápidos” perante uma “bomba-relógio”, devendo a intervenção começar, segundo indicou, em meados de maio.

Uma maré Negra, frisou a ONU, causaria o encerramento dos portos de Hodeida e Salif, na região de Hodeida, essenciais para a importação de bens de primeira necessidade e para o encaminhamento de ajuda humanitária, num país à beira da fome generalizada.

Será realizada uma conferência de doadores nos Países Baixos, anunciou a ONU, sem precisar a data.

No início de março, após anos de hesitações, os rebeldes Huthis e a ONU chegaram finalmente a um acordo para realizar operações de emergência no Safer.

Apoiados pelo Irão, os rebeldes controlam zonas estratégicas do Iémen, entre as quais a capital, Sanaa, e os portos em Hodeida. As forças lealistas são, por sua vez, apoiadas por uma coligação militar internacional liderada pela Arábia Saudita.

A guerra civil já matou quase 380.000 pessoas e obrigou à deslocação de milhões de outras, segundo a ONU.