Zeid Ra’ad Al Hussein considerou que os elementos mais alarmantes na Venezuela são o aumento da violência, as ações dos grupos armadas pró-Governo e a falta generalizada de confiança no Governo e no poder judicial.
“As ameaças de se dissociar da Organização dos Estados Americanos (OEA) não são uma estratégia para restaurar a estabilidade da paz”, disse o alto-comissário das Nações Unidas, numa conferência de imprensa de análise das situações mais preocupantes em relação aos direitos humanos no mundo.
Este organismo das Nações Unidas não tem qualquer acesso à Venezuela, apesar de ter pedido repetidamente ao Governo para emitir vistos que permitam aos peritos da ONU avaliar a situação dos direitos humanos no país.
Os protestos na Venezuela duram há um mês e já provocaram 29 mortos, 500 feridos e centenas de detidos.
No encontro com os jornalistas, o alto-comissário da ONU disse, também, que têm aumentado os ataques contra ativistas dos direitos humanos no Brasil, especialmente aqueles que lutam pelas terras e seus recursos.
“O Governo deve fazer mais para combater a impunidade que parece existir de crimes violentos contra aqueles que defendem os direitos humanos”, sublinhou Zeid, afirmando que o caso mais alarmante no Brasil foi o assassinato, a 20 de abril, no estado de Mato Grosso, de nove membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
Apesar de não existirem dados oficiais, o mesmo responsável avançou que o seu escritório recebeu indicações de que morreram 61 ativistas no Brasil em 2016.
Sobre a Colômbia, o alto-comissário referiu que, pelo menos, 41 ativistas foram mortos este ano, significando um agravamento em relação ao mesmo período do ano passado e a anos anteriores,
Para o chefe dos direitos humanos na ONU, esta situação “é muito alarmante”.
Sobre o acordo de paz entre o Governo colombiano e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), afirmou que “o processo está a avançar, embora lentamente”.
Zeid considerou, ainda, que “podem ser prejudicados os enormes esforços colocados neste processo de paz, caso continue a tendência de assassinato de defensores dos direitos humanos”.
Nesse sentido, pediu aos colombianos para que “permaneçam vigilantes”.
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