Um relatório hoje divulgado pela Europol adianta que o trabalho de identificação das vítimas e dos autores dos crimes sexuais demorou duas semanas e foi dirigido por uma 'taskforce' do centro especializado em cibercriminalidade daquele organismo europeu.
De acordo com informação da Europol, mais de 32 milhões de imagens e vídeos estiveram disponíveis na base de dados da organização, por forma a permitir uma análise detalhada do seu conteúdo e dos seus utilizadores, tendo no total sido verificadas 584 séries contendo imagens suscetíveis de configurar tais crimes.
Em 91 situações, os países, onde as séries foram produzidas, foram informados da situação por forma a avançarem com uma investigação a nível interno.
Todas as séries constam de uma base de dados da Europol designada por "Internacional Child Sexual Exploitation".
"Sabemos que quatro olhos veem melhor que dois, agora imaginem 34 pares de olhos e cérebros trabalhando em conjunto, durante duas semanas, trocando conhecimento e boas práticas. Os olhos vieram da Bélgica, Chipre, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria Itália, Letónia, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia, Reino Unido e parceiros vindos da Austrália, Bósnia-Herzegovina, Canadá, Colômbia, Moldávia, Noruega, Suíça e Estados Unidos", indica a nota da Europol, sublinhando o elevado número de vítimas e infratores identificados nesta operação.
A Europol, que é uma Agência Europeia de Polícia, alertou ainda para o crescimento deste tipo de exploração e abuso sexual.
Simultaneamente, e pela décima nova vez, a Europol organizou um seminário, com a duração de dez dias, para treinar membros das forças policiais no combate aos crimes de exploração sexual de crianças através da Internet.
O treino, única no género, inclui a análise das mesmas imagens da base de dados da Europol que levaram à indiciação dos 94 abusadores.
A iniciativa visou expandir a comunidade policial que se dedica ao combate dos crimes em causa. Desde 2000, altura em que se realizou a primeira edição, quase mil membros das forças policiais foram formados neste tipo de combate, que inclui diversas vertentes, desde a forense até à investigação financeira.
A Europol tem também em curso uma iniciativa destinada a alargar o combate de tais crimes à sociedade civil, introduzindo mecanismos que permitem aos cidadãos participar o conhecimento de situações de exploração e abuso sexual de crianças.
Desde o início do projeto, em 01 de junho de 2017, mais de 22 mil informações foram enviadas para a Europol, permitindo a identificação de oito crianças e um abusador.
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