O anterior balanço apontava para quatro vítimas mortais.

Das 18 pessoas mortas, 16 são suspeitas de pertencer a fações criminosas, uma era moradora da favela e a última um agente da força de segurança de 38 anos, disse um porta-voz da polícia, numa conferência de imprensa.

A Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil disse à agência de notícias France-Presse ter recebido informações sobre um total de 20 mortos, incluindo o agente da polícia e a moradora.

O coronel Rogério Lobasso, responsável da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro pela operação, lamentou a morte da moradora, Letícia Marinho de Sales, de 50 anos e disse que o caso está a ser investigado. “Não sabemos como isso aconteceu”, admitiu.

Denilson Glória, que se identificou como namorado da moradora, disse ao ‘site’ de notícias G1 que a polícia disparou sobre o automóvel em que o casal circulava.

“Tinha um [agente] policial no sinal vermelho, nós parámos. Mas eles ainda atiraram no carro. Eu só a vi cair de lado. Quando eu olhei para ela, tinha um buraco no peito”, disse o homem.

O Presidente brasileiro Jair Bolsonaro lamentou a morte do agente Bruno de Paula Costa, sem citar os outros falecidos.

“Ele morreu após um confronto com bandidos”, disse o chefe de Estado nas redes sociais, criticando ainda o que chamou de dificuldades legais encontradas pelas forças de seguranças para realizar operações nas favelas.

Cerca de 400 membros das forças de segurança participaram na operação, com vários veículos blindados e quatro aeronaves, numa extensa favela, para enfrentar um grupo especializado no roubo de veículos de transporte de mercadorias e dinheiro.

Vários moradores disseram à imprensa brasileira que as suas casas foram invadidas por agentes durante a operação policial.

Vídeos colocados nas redes sociais mostram uma intensa troca de tiros entre as forças de segurança e os alegados criminosos, incluindo disparos contra um helicóptero da polícia.

As autoridades disseram que os agentes foram “atacados violentamente”, com táticas “militares e de guerrilha”, durante a operação e acusaram alguns suspeitos de usarem civis como escudos humanos.

Esta é a segunda operação policial com um grande número de mortos numa favela do Rio de Janeiro, depois de uma operação em maio, na favela Vila Cruzeiro, ter matado 25 pessoas, incluindo 23 suspeitos.

O estado do Rio de Janeiro apresentou em março um plano para evitar operações com um elevado número de mortes, respondendo a uma ordem do Supremo Tribunal Federal do Brasil.

Mas organizações de direitos humanos, que muitas vezes denunciam supostas execuções extrajudiciais durante este tipo de operações, consideraram o documento demasiado vago.

Em 2021, 1.356 pessoas foram mortas pelas forças policiais no estado do Rio de Janeiro, o maior número de mortos e feridos em confrontos no Brasil, segundo a organização Monitor da Violência.

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