Em declarações à saída das instalações da Polícia Judiciária (PJ) do Porto, Pedro Ávila, escusou-se a comentar o caso em concreto, dizendo apenas que o seu constituinte está "tranquilo, a tranquilidade dos inocentes".

"Os inocentes normalmente estão tranquilos", reiterou.

O presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, Laranja Pontes, foi hoje detido pela Polícia Judiciária (PJ) no âmbito de um processo em que estarão em causa os crimes de corrupção, tráfico de influência e participação económica em negócio.

Na mesma operação, foram ainda detidos o presidente da Câmara de Barcelos, Miguel Costa Gomes e o presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto e empresaria Manuela Couto, sua esposa.

Em comunicado, a Diretoria do Norte da PJ explica que em causa está "a prática reiterada de viciação de procedimentos de contratação pública com vista a favorecer pessoas singulares e coletivas, proporcionando vantagens patrimoniais".

Na operação policial, denominada Teia, realizaram-se 10 buscas, domiciliárias e não domiciliárias, nas zonas do Porto, Santo Tirso, Barcelos e Matosinhos que envolveram dezenas de elementos da Polícia Judiciária - investigadores, peritos informáticos, peritos financeiros e contabilísticos, bem como magistrados judiciais, magistrados do Ministério Público e representantes de ordens profissionais.

Segundo a PJ, os quatro detidos estão já nos calabouços da PJ/Porto e, segundo Fonte da Diretoria do Norte da PJ vão ser presentes às autoridades esta quinta-feira.

De acordo com a mesma fonte, as buscas policiais vão continuar nos quatro concelhos do Norte - Porto, Santo Tirso, Barcelos e Matosinhos - "até ao final da tarde de hoje".

A Lusa questionou a mesma da PJ sobre se a Operação Teia estava relacionada com a Operação Éter, e a resposta é que "são operações distintas", mas com "as mesmas equipas de investigação".

Fonte da PJ confirmou à Lusa que às 20:00 as buscas ainda decorriam.