“Hoje estamos a fazer história, uma história que acreditamos trará mudanças fundamentais”, disse Abubakar aos seus apoiantes reunidos na capital, Abuja, onde a votação foi realizada.
Abubakar, de 75 anos, um muçulmano do norte do país, foi escolhido nas primárias do Partido Democrático do Povo (PDP) e tentará pela sexta vez ser eleito presidente do país mais populoso de África.
O Congresso dos Progressistas (APC), partido no poder, vai realizar as suas primárias entre 6 e 8 de junho, para escolher um candidato a suceder ao presidente Muhammadu Buhari, que anunciou que não concorrerá novamente, após completar dois mandatos.
A Nigéria, com 215 milhões de habitantes e dividido quase em partes iguais entre o norte, predominantemente muçulmano, e o sul, maioritariamente cristão, é um dos países mais religiosos do mundo.
Na tentativa de conciliar um país onde vivem cerca de 250 grupos étnicos, uma regra tácita prevê a rotação da presidência, a cada dois mandatos, entre candidatos do norte e do sul.
No entanto, Abubakar, ex-chefe das alfândegas e vice-presidente entre 1999 e 2007, é do norte, assim como o presidente Buhari, ao contrário da maioria dos principais candidatos do APC, partido no poder, que são do sul.
No APC, o ex-governador de Lagos Bola Tinubu e o atual vice-presidente Yemi Osinbajo são os dois principais candidatos, enfrentando ainda Rotimi Amaechi, que renunciou recentemente ao cargo de ministro dos Transportes no governo de Buhari.
Buhari não apoiou até ao momento nenhum candidato e alguns analistas acreditam que o atual presidente esteja à procura de um candidato de consenso para manter as fações do APC unidas antes das eleições gerais de fevereiro de 2023.
A segurança será uma questão importante, pois há mais de 10 anos que o nordeste da Nigéria tem sido afetado por uma insurreição extremista. Bandos armados têm também levado a cabo frequentes ataques e raptos no noroeste do país.
Desde que regressou ao governo civil em 1999, após uma ditadura militar, a Nigéria realizou seis eleições nacionais, muitas das quais foram marcadas por fraudes, dificuldades técnicas, violência e disputas legais.
A maior economia da África, enfraquecida pelo impacto da pandemia de covid-19, está a sofrer as consequências da guerra na Ucrânia, que elevou os preços dos combustíveis e alimentos em todo o continente.
Pelo menos 31 pessoas morreram no sábado durante um evento de distribuição de ajuda alimentar numa igreja na cidade de Port Harcourt, no sul da Nigéria.
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