CDS-PP, PS, JPP, PCP,BE, PTP e o deputado independente Gil Canha (ex-PND) teceram as críticas durante o debate mensal, cujo tema proposto pelo Governo Regional foi "a Madeira e a União Europeia".

O presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP, Rui Barreto, questionou o executivo regional se já tinha apresentado ao Governo da República, à semelhança do que fez os Açores, algum projeto para apoio ao transporte de carga, aproveitando os fundos e apoios destinados às Regiões Ultraperiféricas, "para dar maior competitividade à economia regional". Miguel Albuquerque revelou que já foi apresentada aquela candidatura.

O líder do grupo Parlamentar do JPP, Élvio Sousa, criticou o facto das candidaturas ao Programa 2020 não estarem ainda abertas para "ajudar a economia regional e fomentar o emprego".

Por seu turno, Jaime Leandro, responsável pelo Grupo Parlamentar do PS, referiu que a economia regional "está deprimida", que muitos dos apoios comunitários foram aplicados "em obras desnecessárias", questionando "para quando uma estratégia de desenvolvimento para a Madeira?".

Já o deputado do PCP, Edgar Silva, criticou "o uso criminoso dos fundos europeus", dando como exemplo a construção de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais e de uma praça em Câmara de Lobos, na orla costeira, "onde o mar de sudoeste irá arrastá-la para o mar".

Roberto Almada, coordenador regional do BE, reconheceu que algumas obras foram bem projetadas, mas também disse haver "muitos elefantes brancos", alertando o Governo que "os ‘lobbies’ do cimento e do betão começam a salivar e é preciso ter olho neles".

Gil Canha, deputado independente (ex-PND) lembrou que há cinco anos a chanceler alemã, Angela Merkel, criticou o Governo Regional de Alberto João Jardim por aplicar mal os fundos europeus e que a Madeira era um mau exemplo por não investir na criação de condições de competitividade.

"Mas passado este tempo todo, estamos a voltar ao cimento e ao betão", lamentou.

José Manuel Coelho, do PTP, ao abordar a questão do avião cargueiro entre a Madeira e o continente prometido pelo Governo Regional, mas nunca concretizado, aproveitou a ocasião para fazer ironia, oferecendo a Miguel Albuquerque a réplica de um avião de carga a pilhas.