O governante falava no encerramento do debate na globalidade das propostas de Orçamento (1.855 ME) e Plano de Investimentos (576 ME) da Madeira para 2018, que estiveram em discussão esta semana e foram aprovados hoje na Assembleia Legislativa Regional.

“Este é um Orçamento real”, declarou Pedro Calado, acrescentando que é um programa “prudente, porque não vai atrás de estratégias vertiginosas que possam hipotecar recursos próprios sem qualquer nexo”.

O responsável sublinhou que é também um orçamento “determinado no propósito de corresponder aos anseios” da população da Madeira, isto “apesar dos cânticos de agoiro ou dos futuristas alucinados com propostas de fantasia e políticas de faz de conta”.

“Vamos prosseguir com a nossa política fiscal, com um esforço ponderado a redução de impostos, sem comprometer a consolidação orçamental, as contas públicas e a sustentabilidade da economia, no sentido de gerar mais rendimento para as famílias e empresas”, argumentou, considerando que esta é a forma de “estimular o crescimento económico, a criação de riqueza e de emprego”.

Das várias prioridades do Governo Regional, Pedro Calado destacou a construção do novo hospital, sublinhando que “não vale a pena jogos duplos, de posições dúbias” e que será “intransigente na luta” pela concretização desta vontade.

“Vamos honrar os nossos compromissos, mesmo, quando em Lisboa alguns setores procuram boicotar o desenvolvimento a que temos direito, adiando a resolução de dossiês que consideramos fundamentais para os madeirenses e porto-santenses”, assegurou, vincando que “não há apagão que aguente tanta demagogia”.

Pedro Calado sustentou que a proposta apresentada pelo governo madeirense “é um bom orçamento”, “sem fantasias”, mas que mereceu o voto contra da oposição.

Apontou que a maioria social-democrata não se deixa “levar por especialistas de bancada”, pela “demagogia das críticas” que marcam uma “postura do bota-abaixo” e “dispara em várias direções e conteúdo deturpado”.

Já antes, numa intervenção, o vice-presidente havia criticado a oposição no parlamento insular por “votar contra tudo”, enunciando, entre outros aspetos, o desenvolvimento económico, diminuição da carga fiscal, amortização da dívida, investimento e obras como as previstas no atual hospital, centros de saúde e escolas.

Também opinou que o Estado “andou a engonhar com a criação de grupinhos” na questão da construção do novo hospital e “não deixou espaço à Madeira para definir o modelo de financiamento”.

“Espero que sejam [Governo da República] tão céleres [em relação ao financiamento do novo hospital da Madeira] quanto para dar ao de Lisboa Oriental”, complementou.

Pedro Calado voltou a perguntar “onde está o apoio prometido [1 ME) aos emigrantes da Venezuela”, declarando que a Região “tem sentido zero”.

Em votação final global, a proposta de Orçamento da Região para 2018 (1.855 ME) foi aprovada com os votos favoráveis do PSD e contra da restante oposição: PS, CDS, JPP, BE, PCP, PTP e deputado único (ex-PND).

Quanto ao Plano e Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento (PIDDAR (576 ME), foi igualmente aprovado, com o aval da maioria social-democrata, a abstenção do CDS e os votos contra dos restantes partidos.