Os enfermeiros da Urgência do Hospital de Faro denunciaram, no sábado, a incapacidade do serviço, que dizem estar a colocar a segurança dos utentes e profissionais em risco, através de um comunicado em que divulgavam também imagens de doentes em macas que demonstram a sobrelotação, alegadamente registadas na semana passada.
"A OE está em condições de confirmar a autenticidade das fotografias divulgadas pelos enfermeiros do Algarve, pois, desde o final de dezembro, que o presidente da secção regional Sul tem marcado presença, regularmente, naquele hospital, onde pôde assistir ao mesmo cenário", lê-se no comunicado.
Contactada pela Lusa, no fim de semana, a administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) afirmou que em nenhum momento a equipa de enfermagem que fez a denúncia a "contactou, através da sua chefia os atuais membros do conselho de Administração, no sentido de expor as situações referidas".
A Ordem disse também repudiar a posição da administração do CHUA ao afirmar que se tratavam de fotografias de outra altura do ano, pois mesmo que assim fosse, aquelas "não são condições dignas de um hospital do Serviço Nacional de Saúde (SNS) seja em que altura do ano for".
Segundo a OE, o ministro da Saúde "tem de assumir as responsabilidades" e esclarecer "o envio de doentes para o privado em situações de pico de atendimentos, ao invés de investir no Serviço Nacional de Saúde (SNS)", divulgando quanto é que já gastou nestes envios.
"A agora anunciada contratação de enfermeiros só terá efeitos em março, pelo que não fará frente ao pico gripal, apesar dos sucessivos alertas da Ordem desde outubro", acrescentam.
A Ordem dos Enfermeiros exortou ainda aqueles profissionais de saúde a recusarem "as falsas horas extraordinárias como forma de evitar o risco de erros".
Citada no comunicado, a bastonária lamentou que o SNS venha "a definhar através de sucessivos Governos", considerando que se foi possível chegar a um acordo para a Lei do Financiamento dos partidos, também se consegue fazer "um pacto de regime no que respeita ao SNS, tal como a OE já pediu, várias vezes, a todos os partidos representados na AR”.
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