"É preocupante", afirmou à Lusa, assinalando que o Hospital Amadora-Sintra - que decidiu encerrar a urgência de Ginecologia-Obstetrícia durante o período noturno, a partir de segunda-feira, por falta de recursos humanos - "realiza muitos partos diários", uma vez que serve "uma população muito jovem".
O médico obstetra assinalou, ainda, que a percentagem de grávidas infetadas com covid-19 nos concelhos abrangidos pelo hospital era, em agosto, a mais elevada da região Sul do país.
Como possíveis consequências do fecho da urgência de Ginecologia-Obstetrícia no Hospital Amadora-Sintra durante a noite, entre as 20:00 e as 08:00, Alexandre Valentim Lourenço enumerou a sobrecarga dos serviços de outros hospitais e a falta de camas nas enfermarias, agravada pela necessidade de isolar grávidas infetadas com o novo coronavírus.
"É preciso um reforço do pessoal, fazer reajustamentos nas enfermarias, criar duplos circuitos [por causa da covid-19], isolar grávidas infetadas", descreveu, acrescentando que o Hospital Amadora-Sintra é, na região Sul, o que tem "mais necessidade de recorrer a médicos contratados".
Durante o período noturno, as grávidas dos concelhos abrangidos pelo Hospital Amadora-Sintra deverão recorrer aos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria), do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (Maternidade Dr. Alfredo da Costa), do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (Hospital São Francisco Xavier) e do Hospital de Cascais.
O Hospital Amadora-Sintra sublinhou hoje, em comunicado, que "continua, em articulação estreita com o Ministério da Saúde e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a trabalhar para encontrar soluções adequadas e concretizáveis no mais curto espaço de tempo possível, de modo a minimizar os constrangimentos que esta situação possa vir a causar".
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