Em comunicado enviado à agência Lusa, a SRCOM criticou o mapa de vagas para médicos especialistas por causa dos critérios de colocação, que "são uma afronta às necessidades reais desta região".

"O Ministério da Saúde abriu vagas para 12 recém-especialistas de Medicina Geral e Familiar na região Centro (120 a nível nacional) mas são necessários 40 médicos de família nesta região", frisou o presidente daquela estrutura, citado na nota.

Segundo Carlos Cortes, dos quase 400 médicos de família necessários ao país "não é compreensível que o Ministério da Saúde apenas disponibilize 120 vagas, limitando assim a escolha dos candidatos e dificultando a sua fixação no SNS".

"Semelhante situação está a acontecer a nível hospitalar, isto é, as vagas necessárias a muitos hospitais estão a ser vedadas aos potenciais candidatos", salientou.

Para o presidente da SRCOM, "o Ministério da Saúde está a tornar-se no maior entrave à fixação dos médicos no SNS, sendo o único responsável caso a totalidade dos lugares a concurso não venha a ser preenchida, como seria desejável".

A título de exemplo, Carlos Cortes adiantou que o atual concurso distribuiu vagas em Medicina Geral e Familiar e Saúde Pública pelos Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Baixo Mondego (2), Baixo Vouga (1), Cova da Beira (1), Dão Lafões (2), Pinhal Interior Norte (2), Pinhal Litoral (2), Guarda (2) e Saúde Pública (2).

"Já para as áreas hospitalares foram atribuídas 75 para a região Centro, distribuídas pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (6), IPO de Coimbra (2), Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (7), Centro Hospitalar Baixo Vouga (5), Centro Reabilitação Região Centro - Rovisco Pais (1), Centro Hospitalar de Leiria (11), Centro Hospitalar Cova da Beira (19), Centro Hospitalar Tondela-Viseu (7), Unidade Local de Saúde da Guarda (12) e Hospital da Figueira da Foz (5)", refere o comunicado.

O presidente do SRCOM considerou que "este tipo de concursos não tem favorecido a contratação de médicos para o SNS, tal como em todos os anteriores".

"Essa é uma evidência. Estranha-se que o Ministério da Saúde insista num procedimento em que não são propostos todos lugares necessários para possibilitar uma oferta mais vasta e mais capaz de fixar os médicos no SNS", lamentou Carlos Cortes, acrescentando que, "desta forma", a tutela vai "deixar milhares de utentes sem acesso adequado e atempado aos cuidados de saúde".

O dirigente exigiu que, "em nome da transparência e da equidade do acesso a cuidados de Saúde, sejam tornados públicos os critérios subjacentes a estes concursos e as vagas pedidas pelos hospitais e pelas unidades de cuidados de saúde primários".

"Tal como está, este mapa de vagas não serve para atrair os jovens especialistas para o SNS", conclui.