Os cidadãos estrangeiros retidos na fronteira à chegada a Portugal são encaminhados para unidades hospitalares, quando necessário, em viaturas da polícia, denunciou Carlos Oliveira, dirigente nacional da ASPP/PSP.

Em declarações à agência Lusa, o dirigente sindical explicou que quando as fronteiras eram competência do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), entretanto extinto, existia um protocolo com os bombeiros, para o transporte destes doentes.

“Eles [profissionais do SEF] faziam a escolta, mas os bombeiros faziam o transporte desses passageiros em condições para os hospitais, para que as pessoas pudessem ser tratadas”, frisou Carlos Oliveira.

A associação sindical receia que os agentes estejam expostos a doenças transmissíveis, com Carlos Oliveira a realçar que as viaturas policiais também não são “o transporte ideal para doentes nessas circunstâncias”.

“O que nós reclamamos é que a polícia faça aquilo que o SEF tinha protocolizado com o serviço de bombeiros e que, quando tinha passageiros nessas circunstâncias, chamava uma ambulância, acomodava o passageiro, transportava sob escolta do SEF (…) sem risco para os seus profissionais, nomeadamente da contaminação de algumas doenças”, salientou.

Num oficio enviado hoje ao diretor nacional da PSP, Luís Carrilho, a ASPP/PSP pediu para que seja “celebrado um protocolo que permita o transporte se realizar por quem tem condições para tal, nomeadamente os bombeiros, que dispõem de ambulâncias e outras viaturas adequadas a esse fim”.

Carlos Oliveira apontou ainda que o aeroporto de Lisboa é o que tem mais situações do género, pela sua dimensão e proveniência dos voos, mas frisou que estas ocorrências surgem também nas restantes infraestruturas de Portugal continental e das ilhas.