O presidente do conselho regional do Sul da Ordem, Alexandre Valentim Lourenço, considera que o pedido de demissão apresentado por chefes de equipa da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, vem demonstrar a incapacidade que os profissionais estão a sentir para “poderem responder às necessidades dos doentes”, recordando que se segue a um pedido de demissão de chefes de equipa do hospital de São José por dificuldades sentidas na urgência.
“Espero que a administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central cumpra as suas funções e resolva rapidamente os problemas”, afirmou à agência Lusa Alexandre Valentim Lourenço, que é igualmente médico especialista em ginecologia e obstetrícia.
O responsável lembra que a escassez de profissionais é comum a várias maternidades do país, nomeadamente da região Sul, e que os problemas de cada unidade acabam por se repercutir nas outras maternidades, que funcionam muito em rede.
Chefes de equipa de urgência e obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa apresentaram a sua demissão à administração, que afirma que a situação “está controlada e ultrapassada”.
Os profissionais que assinaram e entregaram a carta, a que a agência Lusa teve acesso, indicam que há falta de recursos humanos e que os profissionais estão exaustos.
Fonte oficial do Centro Hospitalar de Lisboa Central, que integra a Maternidade Alfredo da Costa, indicou que a carta foi entregue, mas que os profissionais se mantêm em funções e que a situação se encontra “controlada e ultrapassada”.
A mesma fonte oficial indicou que a administração esteve hoje de manhã reunida com profissionais da MAC e que garantiu estar a estudar um reforço das equipas, “numa lógica abrangente de toda a área metropolitana de Lisboa”.
Na carta de demissão, os profissionais referem que a MAC tem apenas 27 especialistas médicos que realizam serviço de urgência de dia e de noite e que uma dessas profissionais se encontra de baixa por gravidez de risco.
Dos 27 especialistas, 13 têm mais de 50 anos e sete têm mais de 55 anos.
O número de horas extraordinárias feitas pelos profissionais já excede “há vários meses” o que está previsto por lei e também as equipas de enfermagem se encontram reduzidas e igualmente em exaustão.
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