Segundo o bastonário dos Médicos, a visita resulta de queixas de internos de várias especialidades sobre a forma como decorre a sua formação, havendo ainda reclamações quanto a alegadas pressões para realizarem mais horas de urgência do que está estabelecido na lei.

A visita da Ordem vai decorrer nos serviços de oncologia, imunoalergologia, endocrinologia, reumatologia, hematologia e também no serviço de urgência do Centro Hospitalar Lisboa Norte, em concreto no Hospital de Santa Maria.

Em declarações à agência Lusa, o bastonário explicou que durante a visita vai conversar com os diretores dos respetivos serviços e também com os médicos internos de forma a perceber se as queixas têm fundamento e qual a extensão dos eventuais problemas.

“Não é uma auditoria nem uma visita de idoneidade, é uma visita para verificar no terreno o que está a acontecer. A vista tem um objetivo preventivo, de tentar corrigir eventuais situações que, a confirmarem-se, são graves”, acrescentou Miguel Guimarães.

Recordando que uma das principais funções da Ordem é assegurar a “qualidade da formação”, o bastonário indicou que há várias queixas por parte de médicos internos que dizem respeito à sua formação no hospital Santa Maria.

Entre as denúncias estão alegados casos de médicos internos a assegurar urgência sozinhos, pressão para que realizem mais horas de urgência (além das 12 semanais que estabelece a sua formação) e internos a fazer urgência fora da sua área de especialidade.

“A formação tem de ser respeitada em qualquer hospital do país. E os programas de formação de médicos têm regras, que são claras”, indicou o bastonário, sublinhando que pretende verificar no terreno o fundamento das queixas que têm chegado à Ordem dos Médicos no que respeita a internos do Centro Hospitalar de Lisboa Norte.

Este Centro Hospitalar, que integra o Santa Maria e o Pulido Valente, já viu ser retirada a capacidade para formar internos nas especialidades de pneumologia, otorrino e de imunoalergologia no próximo ano.