Numa nota publicada na sua página na internet, a OCI responsabilizou a ocupação israelita pela escalada de violência e “pediu à comunidade internacional, especialmente ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, que assuma as suas responsabilidades no sentido de pôr termo à agressão israelita”.

A organização apelou ainda à comunidade internacional para que ofereça proteção internacional ao povo palestiniano e patrocine “um processo político credível para pôr termo à ocupação israelita”.

A OCI defendeu que este processo político deve basear-se na solução de dois Estados, de acordo com as resoluções de legitimidade internacional e a Iniciativa de Paz Árabe, estabelecendo um Estado palestiniano soberano, “com al-Quds [Jerusalém] Oriental como capital, nos moldes de 04 de junho de 1967”, para se alcançar assim “uma paz justa e abrangente”.

Na nota, o secretariado-geral da OCI demonstrou ainda preocupação com “os desenvolvimentos no terreno” e condenou “a agressão militar israelita que levou à queda de centenas de mártires e feridos entre o povo palestiniano”.

Para a organização de defesa dos interesses de países muçulmanos, a continuação da ocupação israelita, o seu “fracasso em aderir às resoluções de legitimidade internacional”, a “escalada do ritmo dos seus ataques e crimes diários contra o povo palestiniano, as suas terras e locais santos”, assim como a privação “dos seus legítimos direitos”, são as principais razões de instabilidade nesta região do Médio Oriente.

A OCI é uma organização com 57 países membros de quatro continentes, que se assume como a segunda maior organização mundial a seguir às Nações Unidas, com o objetivo de ser “a voz coletiva do mundo muçulmano”, para proteger os seus interesses “no espírito de promover a paz e a harmonia internacionais”.

Foi criada por decisão de uma cimeira que teve lugar em Rabat, no Reino de Marrocos, em 25 de setembro de 1969, após um incêndio na Mesquita de al-Aqsa, o terceiro local mais importante para o Islão, localizada na parte velha de Jerusalém.

O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, denominando a operação como “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como “Espadas de Ferro”.

Os ataques e a resposta militar fizeram centenas de mortos e mais de mil feridos, mantendo-se hoje operações de combate no terreno.