A carta surge na sequência do alerta lançado por mais de 20 mil membros da Aliança dos Cientistas do Mundo, que declararam “emergência climática e apelam a uma transição justa para um futuro sustentável e equitativo”.

Os cientistas alertam que, “apesar dos 40 anos de negociações sobre as alterações climáticas, a política mundial mantém-se numa lógica de ‘business as usual’, salvo raras exceções”.

“De modo geral, falhamos amplamente na resposta à crise climática. Esta crise é real e está a agravar-se a uma velocidade superior à prevista, ameaçando os ecossistemas naturais e o destino da humanidade”, advertem os cientistas citados numa nota.

Para os cientistas, a probabilidade de se provocarem “mudanças irreversíveis é hoje cada vez maior e, a este ritmo, os mecanismos de ‘feedback’ naturais (atmosféricos, marinhos e terrestres) poderão levar a um estado de ‘Terra Estufa’, fora do controlo humano.”

Os subscritores da carta afirmam que “a crise climática alimenta e alimenta-se das injustiças estruturais” das sociedades, defendendo que “as verdadeiras soluções são as que combatem as injustiças sociais enquanto reduzem as emissões de gases com efeito de estufa”.

“Precisamos de uma política climática baseada na ciência, dando prioridade às pessoas e ao equilíbrio dos ecossistemas”, defendem.

Na carta, os assinantes assumem o dever de “defender um planeta habitável para todos”, reconhecendo que “falta pouco tempo para evitar um caos climático”, e exigem políticas para “uma transição energética justa” para “travar a crise climática”.

O documento é subscrito pela Academia Cidadã, pelo Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amilcar Cabral, pelo Climate Save Portugal, pelo Climáximo, pelo GAIA - Grupo de Ação e Intervenção Ambiental, pela Greve Climática Estudantil e pelos Precários Inflexíveis.

Também são subscritores desta carta o Sindicato dos Professores de Grande Lisboa, o Sindicato dos Professores do Norte, o Sindicato dos Trabalhadores de Call Center e a Zero - Associação Sistema Terreste Sustentável.