Os organismos internacionais pedem igualmente a libertação imediata dos líderes da contestação ao Presidente que se encontram presos.

Através de um comunicado comum publicado hoje de madrugada, os subscritores demonstram “preocupação” e “condenam vigorosamente todas as formas de violência como meio de soluções de crises”.

O documento condena igualmente o recurso à “força letal” por parte das forças de segurança e apelam às partes envolvidas a iniciarem o diálogo no sentido de aliviar a tensão.

O comunicado destaca ainda o facto de os líderes dos movimentos de contestação se encontrarem detidos, o que constitui uma obstrução ao diálogo por parte do Presidente Ibrahim Boubacar Keita.

Confrontos na capital do Mali fizeram pelo menos 11 mortos e 124 feridos na passada sexta-feira, de acordo com informações prestadas por um responsável pelo serviço de urgências de um hospital de Bamako.

A situação é considerada “alarmante” pelos aliados e vizinhos do Mali, que encaram a instabilidade interna um fator que o extremismo islâmico pode aproveitar.

Os representantes das quatro organizações internacionais acreditam que a recente missão de bons ofícios da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) lançou bases para uma “solução apropriada”.

A missão defende a necessidade da criação de um “governo consensual de unidade nacional” e a organização da repetição das legislativas em algumas circunscrições do país, cujos resultados foram anulados logo após as eleições, que se realizaram em março e abril.

A situação relacionada com as eleições é considerada fundamental para o aliviar das tensões políticas e sociais no Mali.

Portugal tem desde 01 de julho uma Força Nacional Destacada no Mali, no âmbito da Missão Multidimensional Integrada para a Estabilização do Mali (Minusma), das Nações Unidas, que inclui 63 militares da Força Aérea Portuguesa e um avião de transporte C-295.

O objetivo da missão portuguesa é assegurar missões de transporte de passageiros e carga, transporte tático em pistas não preparadas, evacuações médicas, largada de paraquedistas e vigilância aérea e garantir a segurança do campo norueguês de Bifrost, em Bamako, capital do Mali, onde estão alojados os militares portugueses.