As forças ucranianas têm recuperado territórios ocupados pelos russos. A cada dia, aliás, avançam mais quilómetros, com os russos a terem recebido há algumas semanas o toque de retirada, de algumas das principais cidades ocupadas ilegalmente, por parte do governo de Vladimir Putin.

A população ucraniana recebeu as suas tropas em festa, mas mesmo sem os russos por perto, a guerra vai continuar. Os bombardeamentos esperados vão diminuir, como alertam os especialistas, devidos às condições climatéricas de um inverno muito rigoroso na Ucrânia. Mas agora é esperada, também, outro tipo de 'guerra', neste caso contra as muitas doenças respiratórias, provocadas pelo frio.

O foco dos ataques russos, nas últimas semanas, têm sido a infraestruturas energéticas, o que tem privado a população ucraniana de se poder aquecer, isto perante temperaturas que vão baixar cada vez mais. Perante isto, este será um inverno, como diz a Organização Mundial da Saúde, que colocará em risco de vida milhões de ucranianos.

“Esperamos que mais dois a três milhões de pessoas deixem as suas casas à procura de calor e segurança. Eles vão enfrentar desafios de saúde únicos, incluindo infeções respiratórias como Covid 19, pneumonia e gripe, e o sério risco de difteria e sarampo em populações subvacinadas”, disse Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa.

Os que não conseguirem fugir terão de encontrar outras soluções para se aquecerem, como "queimar carvão ou madeira, ou usar geradores a diesel ou aquecedores elétricos”, o que também traz riscos à saúde. .

"Esta exposição a substâncias tóxicas são prejudiciais para crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios e cardiovasculares, bem como podem provocar queimaduras e ferimentos acidentais”, disse Kluge.

As notícias, de facto, não são nada animadoras para o povo ucraniano. Os cortes de energia têm sido constantes e Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, já confirmou que metade da infraestrutura energética de todo o país foi danificada. E já esta terça-feira um diretor de uma das principais empresas fornecedoras de energia salientou que estes apagões deverão durar, pelo menos, até março.

“Gostaria que todos entendessem: os ucranianos provavelmente viverão com apagões até pelo menos ao final de março. O cenário básico é que, se não houver novos ataques à rede elétrica, nas condições atuais de geração de eletricidade, o déficit de energia poderá ser distribuído uniformemente pelo país. Isso significa que as interrupções serão em todos os lugares, mas menos duradouras. Há também diferentes previsões do desenvolvimento desta situação e elas dependem completamente dos ataques da Rússia", disse Sergey Kovalenko, chefe do principal fornecedor privado de energia YASNO.

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