A iniciativa faz parte da campanha “Let’s Be Active” promovida pela Associação AGAP — Portugal Activo, que começa hoje, mas também é uma reação à “insensibilidade demonstrada às várias propostas apresentadas” pela associação no parlamento aquando da elaboração do Orçamento do Estado para 2020.
“A insensibilidade demonstrada às várias propostas apresentadas pela Portugal Ativo/AGAP parecem indicar que os parlamentares não estão, ainda, suficientemente despertos para os benefícios que a atividade física tem na sua saúde”, refere a associação na carta.
Considerando que “a esmagadora maioria” dos deputados será também “inativa fisicamente”, a associação envia-lhes um ‘voucher’ e sublinha que o valor oferecido “está perfeitamente dentro dos valores definidos pela Comissão da Transparência da Assembleia da República para as ofertas aos deputados”.
“Fazemos votos de que aceite este convite e se torne fisicamente mais ativo, incorporando também na sua atuação política a defesa de uma sociedade com melhores índices de prática desportiva, mais saudável e mais ativa”, lê-se na carta, a que a agência Lusa teve acesso.
Com o intuito de melhorar a saúde dos portugueses, a AGAP apresentou propostas ao parlamento, como benefícios em sede de IRS para os utilizadores de clubes de fitness e saúde, benefícios no IRC para empresas que comparticipem os custos da prática de desporto aos seus colaboradores e a descida do IVA do exercício físico, que “foram ignoradas”.
“O que nós vemos é que há uma grande hipocrisia a nível de todos os partidos. Todos acham que é muito importante melhorar a saúde das pessoas e que o exercício faz bem, mas não é tomada sistematicamente nenhuma medida para aumentar a prática de exercício físico no país”, disse à Lusa o presidente da associação, José Carlos Reis.
José Carlos Reis adiantou que a carta “é mais uma atitude de tentar despertá-los [os deputados] para a necessidade de haver medidas e leis para aumentar a atividade física dos portugueses”.
Segundo dados do último Eurobarómetro da Atividade Física (2017), Portugal encontra-se entre os três países da Europa com piores resultados com 68% de pessoas inativas, números que José Carlos Reis considera assustadores.
“Devia ser um desígnio nacional trazer mais pessoas para o exercício físico que tem benefício diretos na saúde” e nos custos do Serviço Nacional de Saúde, mas será “uma luta sem tréguas”, enquanto os governos não apostarem a nível da prevenção da saúde.
Para ajudar neste desígnio, a associação lançou a campanha nacional “Let’s Be Active” que será divulgada nos media, nos ginásios e nos centros de saúde e que desafia 5.000 pessoas inativas a utilizarem um ginásio gratuitamente por um período de seis semanas.
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