A editora, detida pelas autoridades da Zona Económica Especial de Shenzhen, adjacente a Hong Kong, já tinha publicado em outubro a tradução chinesa de “Essa Dama Bate Bué!”, o primeiro romance da luso-angolana Yara Nakahanda Monteiro.
“Os Memoráveis” é protagonizado por Ana Maria Machado, uma repórter portuguesa em Washington que, em 2004, foi convidada a fazer um documentário sobre a Revolução de 1974, considerada pelo embaixador norte-americano à época, em Lisboa, “um raro momento da História”.
Segundo comunicado da editora, Publicações D. Quixote, a repórter aceita o trabalho, forma uma equipa e entrevista vários intervenientes e testemunhas do golpe de Estado, “revisitando os mitos da Revolução de Abril”.
“Os Memoráveis”, publicado em 2014, venceu no ano seguinte o Prémio de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues, atribuído pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
O júri considerou que o romance “constitui uma assumida marca de cidadania ao trazer a Revolução de Abril de 1974 para as páginas de uma obra literária, cuja intensidade de linguagem e mestria narrativa, conjugada por uma hábil técnica compositiva, faz dela uma notável presença na literatura portuguesa contemporânea”.
A obra foi traduzida para francês, logo em 2014, e para espanhol e eslovaco em 2020, com apoio da Linha de Apoio à Edição e Tradução da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e do Instituto Camões.
Nascida há 75 anos em Boliqueime, no Algarve, Lídia Jorge estreou-se em 1980 com o romance “O Dia dos Prodígios”.
Além de inúmeros romances, da sua bibliografia fazem igualmente parte coletâneas de contos, obras de literatura infantil, de ensaio, de teatro, de poesia e de crónicas.
Lídia Jorge recebeu vários prémios literários portugueses e internacionais, entre os quais o Prémio FIL de literatura em Línguas Românicas em 2020, de Guadalajara, um dos mais importantes da América Latina.
A Universidade de Massachussets, nos Estados Unidos, inaugurou a 05 de abril a Cátedra Lídia Jorge, dedicada ao estudo da obra da escritora portuguesa, juntando-se a uma cátedra criada em setembro de 2021 na Universidade de Genebra, na Suíça.
Lídia Jorge é também, desde março de 2021, membro do Conselho de Estado, órgão político de consulta do Presidente da República português.
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