“Estamos no terreno a avaliar exatamente a quantidade comprada, que foi pequena e, por isso, tudo indica que fosse para consumo”, disse à agência Lusa o inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, acrescentando: “os ovos podem ter sido consumidos fora do território nacional”.

Pedro Portugal Gaspar disse que a compra terá ocorrido a 19 de agosto, o caso foi identificado como “transacionado para empresa portuguesa”, mas “provavelmente, pela quantidade envolvida, será um cidadão ligado a uma empresa” que não terá comprado mais do que uma dúzia destes ovos.

Segundo explicou, a situação foi transmitida a Portugal através de uma simples “notificação de informação”, uma forma de comunicação entre as autoridades que indica que, à partida, não há risco nem implica uma ação rápida.

“A maneira como nos foi transmitida foi pela chamada notificação de informação, e não por alerta. Como o próprio nome indica, é apenas para informar e mostra que não existe risco nem implica ação rápida”, acrescentou.

Segundo o diretor-geral da ASAE, os dados que as autoridades portuguesas têm em cima da mesa indicam que se trata de uma “transação doméstica” e que o comprador é da zona norte do país.

Quanto ao risco para a saúde, o responsável lembra que o pesticida tóxico fipronil está identificado como de “risco moderado”, logo o consumo meramente pontual não suscita maiores preocupações, mas é proibido o seu uso em produtos destinado a consumo humano.

Este caso colocou Portugal na lista dos 26 Estados-membros afetados pelo comércio ou distribuição de ovos contaminados com o pesticida tóxico fipronil, segundo a mais recente listagem da Comissão Europeia a que a Lusa teve hoje acesso.

Segundo os dados mais recentes, na União Europeia só na Croácia e a Lituânia não foram ainda detetados ovos contaminados, uma crise que atinge ainda a Noruega, o Liechtenstein, a Suíça e a Rússia.

A fraude que conduziu à contaminação de ovos pelo inseticida fipronil remonta a setembro de 2016, disse há uma semana a Comissão Europeia, precisando na altura que 34 países, a maioria na Europa, foram atingidos pela situação.

A contaminação de dezenas de milhões de ovos, resultante da desinfestação de explorações de galinhas poedeiras por um produto contendo fipronil, um antiparasitário forte estritamente proibido na cadeia alimentar, foi divulgada em agosto.