“Um grupo de países da NATO está empenhado no objetivo de enviar um milhão de ‘drones’ [aeronaves sem tripulação] para a Ucrânia”, disse Jens Stoltenberg em conferência de imprensa no final de uma reunião dos ministros da Defesa da NATO, no quartel-general da organização político-militar.
O secretário-geral da Aliança Atlântica acrescentou que 20 Estados-membros vão integrar uma coligação para ajudar a Ucrânia na desminagem do território, sem especificar.
Na quarta-feira, o Reino Unido anunciou uma coligação com a Letónia para disponibilizar milhares de ‘drones’. Hoje, Jens Stoltenberg avançou um milhão destas aeronaves sem tripulação, habitualmente utilizadas para missões de vigilância e reconhecimento, e também para bombardeamentos (a Rússia tem utilizado cada vez mais esta finalidade).
Durante a conferência de imprensa, o secretário-geral da NATO, que está no final do mandato, insistiu para o perigo de haver divisões entre os Estados-membros que pertencem à União Europeia e os Estados Unidos, depois das declarações do antigo Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre incentivar a Rússia a invadir os países que investem menos na aliança político-militar.
O antigo primeiro-ministro norueguês reconheceu que é bom sinal que os países da União que pertencem à NATO estejam a investir mais: “A NATO fez esse pedido durante muitos anos”.
“Mas isto não é uma alternativa à NATO. Isto é, na realidade, uma maneira de fortalecer a NATO. E não devemos perseguir qualquer caminho que aponte para uma divisão entre a Europa e a América do Norte”, completou.
No último sábado, Donald Trump, que quer ser eleito o candidato republicano às eleições presidenciais de novembro nos EUA, disse que se for reeleito Presidente encorajaria a Rússia a invadir os países com menores contribuições para a NATO ou que ainda não atingiram os 2% do Produto Interno Bruto (PIB) na área da Defesa.
Durante um comício na Carolina do Sul, o antigo chefe de Estado norte-americano relatou uma história que alegadamente teve com o homólogo de um país da NATO, que não identificou, que o confrontou sobre a ameaça de não defender os Estados-membros que não cumprissem com as metas estabelecidas.
“Um dos presidentes de um grande país levantou-se e disse: ‘Bem, senhor, se não pagarmos e formos atacados pela Rússia, vai defender-nos?”, relatou Donald Trump.
E terá respondido: “Não, não vou proteger-vos mais. Aliás, vou encorajá-los [aos russos] a fazerem o que quiserem. Vocês têm de pagar as vossas dívidas”.
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