“Isto não é uma questão de meses, é uma questão de dias e semanas”, disse Charles Michel, em declarações aos jornalistas no final do primeiro dia de reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas.
O presidente do Conselho Europeu revelou que já há países a equacionar “utilizar mais dos ‘stocks’ de sistemas de defesa antiaérea que têm disponíveis”, acedendo a um pedido que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem feito incessantemente nas últimas semanas.
“É muito importante cumprirmos com as nossas promessas e posso assegurar-vos que todos os intervenientes estão a fazer os possíveis para acelerar [a produção de munições]. Num período curto conseguimos aumentar as nossas capacidades de defesa ao nível da produção, mas precisamos de fazer mais”, completou Charles Michel.
O presidente do Conselho Europeu reaproveitou as palavras que Zelensky tem repetido: “Não precisamos de mais palavras, eles precisam de mais armas”.
O Presidente ucraniano tem pedido sistemas de defesa antiaérea, em simultâneo com mais munições de artilharia, para tentar repelir as ofensivas russas com ‘drones’ (veículos não tripulados) aéreos e mísseis.
Volodymyr Zelensky reforçou o pedido nos últimos dias após vários países apoiarem Israel a proteger o seu território de uma ofensiva iraniana com ‘drones’ — os mesmos utilizados pela Rússia já que Teerão os fornece — e mísseis balísticos.
Zelensky chegou a pedir um “Iron Dome” (“Cúpula de Ferro”) semelhante ao que Telavive tem ao seu dispor para proteger o território ucraniano, que há meses está a ser fustigado por ataques aéreos, enquanto o gelo dificulta avanços terrestres.
Ainda na quinta-feira, a primeira-ministra da Estónia defendeu que os países da União Europeia podem enviar os sistemas de defesa antiaérea que têm.
O presidente do Conselho Europeu também revelou que os líderes concordaram com a imposição de sanções às empresas iranianas que fabricam ‘drones’ e mísseis.
Sobre a interferência russa nas eleições europeias, assunto que foi denunciado pelos primeiros-ministros da Bélgica e República Checa, Chalres Michel considerou que “é um desafio para todos os Estados-membros” combater a influência que Moscovo está a tentar exercer.
“É um sinal claro de que temos sido ingénuos”, completou.
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