O PAN volta a incluir a construção de um hospital veterinário público em Lisboa, "que sirva a todo o distrito", "para apoio a animais errantes, abandonados ou detidos por pessoas em situação de especial vulnerabilidade socioeconómica, e para associações de proteção animal", no programa eleitoral das autárquicas de 26 de setembro.
O partido já levou esta proposta à Assembleia Municipal, que a aprovou, em 2018, mas o hospital ainda não foi concretizado pela Câmara.
"A questão dos direitos dos animais, do bem-estar animal, que é um dos nossos eixos, é pouco levada a sério pelos políticos, é considerada ainda uma questão menor", disse Manuela Gonzaga, em declarações à Lusa, no dia em que visitou a associação SOS Animal.
A candidata sublinhou que, "neste item", o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) não está "só a privilegiar" os animais de companhia e que as propostas do partido para Lisboa levam também em consideração que "a população está muito empobrecida, no geral", e a pandemia da covid-19 "piorou as coisas muito mais".
Do programa do PAN para Lisboa faz também parte a criação de apoios para cuidadores voluntários de colónias de gatos na cidade.
"A maior parte das pessoas que cuida de animais silvestres e silvestrados, por exemplo, colónias de gatos, cuida deles às suas próprias custas […]. São pessoas que têm essa grande generosidade e há muitas. Há dinheiro para isto", afirmou Manuela Gonzaga.
Ainda em relação às colónias de gatos, o programa de PAN para Lisboa prevê o reforço de verbas para o programa CED - Capturar - Esterilizar - Devolver, "continuando a fomentar a sua implementação, sempre que necessário em parceria com as associações zoófilas e cuidadores/voluntários".
O partido defende também "ações regulares de esterilização dos animais", a sua "identificação eletrónica em nome da Câmara Municipal", a criação de abrigos, e a georreferenciação de todas as colónias de gatos e o registo dos respetivos cuidadores.
Além da SOS Animal, Manuela Gonzaga visitou hoje um projeto de agrofloresta num antigo baldio da freguesia de Campolide.
Em causa está um espaço em que se cultivam hortícolas em conjunto com árvores (de fruto e outras), com o objetivo de aproveitamento e enriquecimento dos solos, promovendo ao mesmo tempo o envolvimento da comunidade do bairro onde está instalado.
Realçando que este é um "projeto coletivo", que envolve diversas associações, uma cooperativa de habitação e autoridades locais, Manuela Gonzaga sublinhou os benefícios ambientais e "na saúde psicológica das populações".
"É um caminho de futuro. O PAN acha que este tipo de projetos tem de ser muitíssimo apoiado, muitíssimo estimulado, muito conhecido […]. E as cidades têm de lhes dar espaços", afirmou a candidata, que destacou que o partido defende também a criação de pomares em cidades.
Além de Manuela Gonzaga, concorrem à Câmara de Lisboa Fernando Medina (PS/Livre), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU – PCP/PEV), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), Tiago Matos Gomes (Volt Portugal), Nuno Graciano (Chega), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa).
Comentários