Na carta enviada, citada pelo Vatican News, o Papa Francisco destaca que a esperança é que o aniversário "desperte, especialmente nos religiosos e devotos franciscanos de Santo António espalhados pelo mundo, o desejo de experimentar a mesma santa inquietação que o levou pelas estradas do mundo a testemunhar, com palavras e obras, o amor de Deus", pode ler-se.

Para Francisco, o exemplo da partilha de Santo António "com as dificuldades das famílias, os pobres e desfavorecidos, assim como sua paixão pela verdade e justiça, ainda hoje pode suscitar um generoso compromisso de doação, em sinal de fraternidade".

Dirigindo-se em específico aos jovens, o Papa referiu-se a António como "este antigo santo, mas tão moderno e engenhoso nas suas intuições", pelo que pode ser "um modelo a ser seguido para que o caminho de todos seja frutuoso".

Estão em curso várias iniciativas para celebrar os 800 anos da vocação franciscana de Santo António. Com a sua carta, o Papa Francisco associa-se a todos os que vão participar, desejando que "possam repetir com Santo António: 'Eu vejo o meu Senhor'" [última frase que terá dito antes de morrer] e acrescentando que "é necessário 'ver o Senhor' no rosto de cada irmão e irmã, oferecendo a todos consolação, esperança e a possibilidade de encontrar a Palavra de Deus sobre a qual ancorar a própria vida".

Sobre a vida de Santo António, o Papa recordou ainda o episódio que aconteceu em Coimbra, em 122o. "O jovem cónego regular agostiniano Fernando, natural de Lisboa, ao saber do martírio de cinco franciscanos, mortos por causa da fé cristã no Marrocos, no dia 16 de janeiro daquele ano, decidiu transformar a sua vida", começa por referir, entendendo a viagem que se seguiu como "símbolo do seu próprio caminho espiritual de conversão".

"Primeiro foi para Marrocos, determinado a viver corajosamente o Evangelho nos passos dos mártires franciscanos ali martirizados, depois desembarcou na Sicília após um naufrágio em Itália, como acontece hoje com tantos dos nossos irmãos e irmãs", escreveu, em referência aos migrantes.

Já na Sicília, Santo António encontrou-se com São Francisco de Assis, sendo este um "desígnio providencial de Deus", seguindo depois para Pádua, "cidade que estará sempre ligada de maneira especial ao seu nome e que guarda o seu corpo", rematou o Papa.

Fernando Martins de Bulhões nasceu, em Lisboa, no século XII. Depois de ter recebido a primeira instrução na Sé, onde foi também menino do coro, entrou no Mosteiro de São Vicente de Fora, onde prosseguiu a sua formação. Mais tarde ingressou no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, sendo ordenado sacerdote, aos 25 anos. Depois da passagem das relíquias dos cinco missionários franciscanos que tinham sido martirizados em Marrocos, o religioso trocou o mosteiro de Santa Cruz pelo pobre ermitério de Santo Antão dos Olivais, onde assume o nome António.

Em Portugal, as cidades de Coimbra e Lisboa estão a celebrar Jubileu dos 800 anos de Santo António como franciscano.

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