“A civilização requer energia, mas o uso da energia não deve destruir a civilização”, disse Francisco, que falava perante administradores, investidores e especialistas do setor que estão desde sexta-feira reunidos no Vaticano para um encontro sobre temas como a transição energética, de acordo com a informação disponibilizada no ‘site’ do Vaticano.
Na intervenção, o papa considerou que este setor representa um dos principais desafios da atualidade, tendo em conta as exigências da população, mas lembrou que mais de mil milhões de pessoas não têm acesso a eletricidade.
“Se quisermos eliminar a pobreza e a fome, todos devem ter acesso a eletricidade, mas esta energia deve ser ‘limpa’, reduzindo o uso de combustíveis fósseis”, sustentou.
Por isso, pediu a estes dirigentes que tenham o meio ambiente em conta, desde logo devido a fenómenos como a poluição e os desequilíbrios ambientais resultantes da exploração energética.
“A qualidade do ar, o nível dos mares, as reservas de água doce, o clima e o equilíbrio dos ecossistemas não podem sofrer por causa das modalidades com que os seres humanos saciam sua ‘sede’ de energia”, vincou Francisco.
Para o papa, “os problemas ambientais e energéticos têm um impacto e uma dimensão global e, por isso, requerem respostas globais, procuradas com paciência e diálogo e perseguidas com racionalidade e constância”.
Apesar de admitir progressos nos últimos anos, questionou se “isso será suficiente”.
Lembrando que “não há tempo a perder”, o papa pediu que estes empresários reconheçam a “oportunidade de uma liderança para influir, de modo duradouro, em benefício da família humana”.
“É um apelo à audácia e à imaginação”, concluiu.
No local, marcaram-se presença dirigentes como Larry Fink, da empresa norte-americana de investimento BlackRock, Yngve Slyngstad, do Fundo Soberano da Noruega, Bob Dudley da BP, Darren Woods da ExxonMobil, entre outros.
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