“Corrupção, quanto mal faz aos nossos povos latino-americanos e às democracias deste abençoado continente esse vírus social, um fenómeno que infeta tudo, sendo os pobres e a mãe terra os mais prejudicados”, afirmou o papa no Palácio do Governo de Lima.
Francisco discursava perante o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, e grande parte da classe política e dirigente do país, que assistiu à sua alocução sem se poder dele aproximar.
Após visitar a cidade da Amazónia Puerto Maldonado, onde se reuniu com representantes de povos indígenas, o chefe de Estado do Vaticano garantiu que o Peru é terra de esperança, mas advertiu que "sobre essa esperança há uma sombra, paira uma ameaça”.
“Nunca a Humanidade teve tanto poder sobre si mesma e nada garante que o vá utilizar bem, sobretudo se se considerar o modo como o está a fazer”, referiu Francisco, lamentando a forma como se está a despojar a terra dos seus recursos naturais sem os quais “não é possível nenhuma forma de vida”.
O papa declarou que para se lutar contra o “flagelo social” da corrupção é necessária uma “maior cultura de transparência entre entidades públicas, setor privado e sociedade civil”, sem excluir as instituições da igreja, exortando ao empenhamento para dar à população “a segurança” de que o Peru é um país “de esperança e oportunidade para todos e não só para alguns”.
O presidente do Peru pediu a Francisco que dê ao país “um impulso para a paz e diálogo”, numa alusão à crise política que afetou o seu governo desde que enfrentou uma tentativa de destituição e indultou o ex-chefe de Estado Fujimori.
Após participar neste ato, o papa reuniu-se com Pedro Pablo Kuczynski e depois deslocou-se para a Igreja de São Pedro, localizada a pouca distância do Palácio do Governo, para se encontrar com membros da Companhia de Jesus, a que pertence.
Hoje, Francisco é esperado na cidade de Trujillo, na costa norte do país.
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