Durante a sua intervenção no seminário que abriu o 5.º Workshop Internacional de Turismo Religioso, Mário Silvestre revelou que, apesar de o número ainda não estar totalmente definido, a expectativa é que estejam presentes em Fátima, nos dias 12 e 13 de maio, “565 operacionais, número que vai crescer se houver uma situação de emergência”.
Além destes meios, o responsável pela proteção civil acrescentou que estão num ponto estratégico “186 operacionais de reserva prontos para sair”.
No local, estarão ainda 100 ambulâncias de socorro na Cova da Iria, dois hospitais de campanha, entre outros operacionais de proteção e socorro. Haverá ruas interditas para facilitar a circulação dos meios.
Mário Silvestre anunciou ainda que será criado um Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) em Fátima. “A partir do dia 10, quando as pessoas ligarem 112 em Fátima, deixa de ir para Lisboa e passa a haver um CODU em Fátima, que irá triar e fazer o encaminhamento para o socorro adequado”.
Segundo este responsável, a operação vai arrancar no dia 5 de maio, com um número de meios que se considera necessário e vai subindo com o pico nos dias 12 e 13 de maio. Volta a diminuir até ao dia 21, data final da operação.
O comandante disse os principais problemas que esperados estão ligados a “uma peregrinação que se caracteriza por volumes muito grandes de pessoas apeadas”.
“As emergências médicas são o maior peso no dispositivo”, adiantou Mário Silvestre, ao lembrar que chegam a Fátima “milhares de pessoas a pé e que fazem centenas de quilómetros, algumas delas em estado de saúde muito débil”.
“Vão chegar a Fátima em condições, muitas vezes, quase sub-humanas. Normalmente, as pessoas chegam a Fátima no dia 12, vão às cerimónias da manhã e no final das cerimónias das velas surge o nosso grande pico de assistências médicas. Há ali qualquer dispositivo que se desliga e faz com que aquelas pessoas que, de forma quase estoica, aguentaram todas as cerimónias, claudiquem. Temos centenas de pessoas assistidas e dezenas de pessoas transportadas com problemas de saúde”, precisou.
Mário Silvestre salientou a importância da articulação entre todas as entidades envolvidas no socorro e apelou às medidas de autoproteção das unidades hoteleiras. Considerou ainda que um incêndio num hotel “cheio” é uma das preocupações.
Além da preparação e do planeamento, Mário Silvestre destacou ainda a importância da capacidade de “fazer a recuperação”. “Se for necessário retirar pessoas para o hospital, é preciso garantir que essa pessoa depois vai chegar a casa. Há que garantir o pós-catástrofe”.
Para preparar toda a operação, o responsável pela Proteção Civil referiu que foi feita a avaliação de risco. “Avaliámos o espaço e todas as variáveis que poderão ter impacto na segurança e proteção de pessoas que virão a Fátima.” Entre elas, estão cenários de um atentado terrorista.
Para Mário Silvestre, “o grande objetivo é garantir o dispositivo de socorro e assistência que fortaleça a intervenção no que respeita aos riscos identificados” e a “regra é a coordenação e cooperação entre todas as entidades”.
“Queremos garantir que a segurança é o corolário de toda a operação”, rematou.
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