"Eu não abençoo um casamento homossexual, abençoo duas pessoas que se amam e também peço que rezem por mim", explica o Pontífice numa conversa com o diretor da revista Credere, o padre Vincenzo Vitale, citada pelo Vatican News.
"Nas confissões, quando essas situações surgem, pessoas homossexuais, pessoas divorciadas, eu rezo sempre e abençoo. A bênção não deve ser negada a ninguém. Todos, todos, todos. Atenção, estou a falar de pessoas: de quem é capaz de receber o Batismo", explicou.
O Papa referiu ainda que "os pecados mais graves são aqueles que se disfarçam com uma aparência mais angelical". E deu um exemplo: "Ninguém se escandaliza se eu abençoo um empresário que talvez explore as pessoas: e isso é um pecado muito grave. Enquanto se escandalizam se eu abençoo um homossexual... Isso é hipocrisia! Devemos respeitar todos. Todos! O cerne do documento é o acolhimento", disse, em referência à declaração Fiducia Supplicans.
Segundo a declaração "Fiducia supplicans", um ministro ordenado pode aceder ao pedido de duas pessoas para serem abençoadas, mesmo que a sua condição de casal seja "irregular". Contudo, este gesto de proximidade pastoral não pode conter elementos minimamente semelhantes a um rito matrimonial.
Com isto, o documento aprofunda o tema das bênçãos, distinguindo entre as bênçãos rituais e litúrgicas e as bênçãos espontâneas, mais próximas dos gestos de devoção popular.
"A presente declaração mantém-se firme no ensinamento tradicional da Igreja sobre o matrimónio, não permitindo qualquer tipo de rito litúrgico ou bênção semelhante a um rito litúrgico que possa causar confusão", pode ler-se.
Assim, surge "a possibilidade de abençoar os casais em situação irregular e os casais do mesmo sexo, sem validar oficialmente o seu estatuto nem alterar de modo algum o ensinamento perene da Igreja sobre o Matrimónio".
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