"Estamos todos preocupados com os grandes incêndios que ocorrem na Amazónia. Vamos orar para que, com o esforço de todos, eles sejam controlados o mais rapidamente possível. Esse pulmão florestal é vital para o nosso planeta", disse Francisco, da janela do palácio apostólico da cidade do Vaticano, depois da oração do Angelus.
O Brasil começou hoje a distribuir 44 mil soldados na vasta região amazónica para combater os incêndios florestais que ocorrem nesta região nas últimas semanas, e que puseram em xeque o Governo de Jair Bolsonaro, criticado internacionalmente por não ter reagido a tempo.
Esses incêndios também estão entre os temas centrais da cimeira do G7, que está a decorrer em Biarritz (França). No sábado, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pôs em causa a ratificação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, caso o Brasil não combata esses incêndios.
O Papa sul-americano convocou uma assembleia especial do Sínodo dos Bispos para o próximo mês de outubro, dedicada à Amazónia, floresta que ocupa 43% da área da América do Sul e onde moram quase três milhões de nativos.
Francisco reuniu-se em maio com o indígena Raoni, líder do povo indígena Caiapó, que na Europa se encontrou com responsáveis de diversas áreas, advertindo sobre o desmatamento da Amazónia e procurando angariar um milhão de euros para proteger a Reserva do Xingu, no Brasil.
Na sua encíclica "Laudato si" (maio de 2015), o Papa denunciou a exploração da floresta amazónica por "enormes interesses económicos internacionais".
Em janeiro de 2018, o pontífice argentino, de 82 anos, visitou Puerto Maldonado, um vilarejo no sudeste do Peru, cercado pela selva amazónica, onde criticou "a forte pressão dos principais interesses económicos, que cobiçavam petróleo, gás, madeira, ouro, monoculturas agroindustriais".
Antes da oração do Angelus, o cardeal Jorge Bergoglio também instou os fiéis a "lutar contra todas as formas de injustiça" e a "levar uma vida humilde e boa, uma vida de fé que se traduz em ação concreta".
Para o Papa, “não haverá numerus clausus" para entrar no paraíso, mas o caminho "não será por uma bela autoestrada”, porque a porta de entrada “é estreita”, no sentido de que "é [um percurso] exigente, que requer esforço, isto é, vontade determinada e perseverante de viver segundo o Evangelho".
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