A visita do papa Francisco ao Cairo surge a convite do presidente do país, Abdel Fattah El-Sisi, dos bispos da Igreja Católica, do papa da Igreja Ortodoxa Teodoro II e do grande imã da Mesquita de Al Azhar, Cheikh Ahmed.
Os atentados a 09 de abril em duas igrejas coptas, nas cidades de Tanta e de Alexandria, reivindicados pelo grupo radical Estado Islâmico (EI), foram condenados pelo papa Francisco, pedindo uma oração pelas vítimas e exprimindo as suas condolências ao papa copta ortodoxo, Teodoro II, à igreja copta e a toda a nação egípcia.
“Que o Senhor converta os corações daqueles que semeiam o terror, a violência e a morte e também o coração daqueles que fabricam e fazem comércio com as armas”, concluiu o papa argentino.
Os cristãos coptas são cerca de 10% da população do Egito e são, frequentemente, alvo de ataques por parte dos extremistas islâmicos.
Apesar dos ataques, o Vaticano anunciou a intenção de manter a viagem do papa ao Egito.
“O que aconteceu provoca confusão e um grande sofrimento, mas não pode impedir o desenvolvimento da missão de paz do papa”, disse Angelo Becciu, número três do Vaticano, numa entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, a propósito da viagem.
Nesta visita o papa Francisco vai deslocar-se num veículo não blindado e segundo o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, as medidas de segurança a aplicar pelo Vaticano serão iguais às de outras viagens do papa.
Este será o 27.º país visitado por Francisco durante o seu pontificado.
A deslocação ao Cairo, adiantou Greg Burke, tem um triplo significado: pastoral, de encontro com a comunidade católica local; ecuménico, através de reuniões com os cristãos coptas; e inter-religioso porque prevê encontros com representantes muçulmanos.
Durante a sua visita à cidade, o papa argentino pronunciará um total de cinco discursos nomeadamente na conferência internacional de paz, na sexta-feira, num encontro com as autoridades, na sua visita ao papa copta ortodoxo Teodoro II, na homilia da missa de sábado e perante o clero e os religiosos católicos.
O papa deverá partir do aeroporto romano de Fiumicino na sexta-feira às 10:45 (09:45 em Lisboa) e chegará ao Cairo às 14 horas locais (13:00 em Lisboa) para um primeiro encontro com o chefe de Estado, Abdelfatah al Sisi.
Francisco irá depois à instituição egípcia de Al Azhar, que dita a doutrina sunita, onde visitará Ahmad al Tayeb, o imã da Mesquita.
A jornada de sexta-feira continuará com um encontro com membros do Governo, com representantes do corpo diplomático e das universidades e cultura.
O dia terminará com a visita de cortesia de Francisco ao papa copta ortodoxo, estando prevista uma oração ecuménica pelas vítimas dos atentados contra os cristãos.
No sábado, o papa celebrará missa no Estádio do Exército Egípcio e almoçará com os bispos e com o clero.
O regresso do papa ao Vaticano está previsto para as 17 horas locais (16 horas em Lisboa).
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