"Se há assunto que vai resolver-se com o tempo é a minha experiência governativa", afirmou Luís Montenegro, num comício da AD no Porto. "Vitória, vitória", gritaram em seguida os apoiantes que enchiam uma tenda montada na Praça D. João I.
No penúltimo dia de campanha para as legislativas antecipadas de domingo, sem nomear ninguém, o presidente do PSD pediu que "acabem com a tentativa desesperada de desvirtuar este projeto" da AD.
"Respeitem apenas. E digam o que é que está mal. É uma coisa curiosa: todos quantos andaram sucessivamente a atirar pedras a esta candidatura foi basicamente para esconder a incapacidade que têm de apontar o erro das nossas políticas", acrescentou.
Nesta intervenção, Luís Montenegro respondeu aos que questionam a credibilidade do cenário macroeconómico da coligação PSD/CDS-PP/PPM, que propõe uma baixa de impostos a prevê que isso irá impulsionar o crescimento económico: "Nós queremos arriscar, com sentido de responsabilidade, com prudência, com contas certas. Nunca em Portugal fomos nós que desarrumámos as contas públicas, nunca, por que é que haveria de ser agora?".
Segundo Luís Montenegro, o programa da AD corresponde aos valores do fundador do PSD e antigo primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro, "o respeito, a ousadia, o risco, a criação da riqueza como instrumento ao serviço da valorização de cada pessoa, e também como instrumento para que o Estado possa garantir os direitos sociais".
Ainda em resposta aos que lhe apontam como desvantagem a falta de experiência governativa, referiu: "Se há experiência que eu tenho é de estar muito atento, de em algumas fases até ter estado muito perto daqueles que estiveram no Governo, sejam do PSD, do CDS ou de outros partidos".
"E se há experiência que eu tenho é apreciar e avaliar a experiência dos outros, daqueles que souberam fazer bem e daqueles que não souberam fazer bem", prosseguiu, para depois "garantir às portugueses e aos portugueses" que só irá "olhar para o exemplo dos primeiros, aqueles que fizeram bem, aqueles que mostraram capacidade".
Antes, discursaram neste comício o cabeça de lista da AD no círculo eleitoral do Porto, Miguel Guimarães, e o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, que além de Pedro Nuno Santos escolheram como alvo o primeiro-ministro e anterior secretário-geral do PS, António Costa.
"O PS desperdiçou uma maioria absoluta, por isso também não merece a confiança dos portugueses. António Costa e Pedro Nuno Santos abandonaram o Estado social, deixaram o Estado social chegar ao estado que nós temos neste momento. Pensemos na saúde, na educação, na justiça, na habitação, num terço de jovens que neste momento estão a sair do país", acusou Miguel Guimarães, sugerindo que "trocaram o Estado social se calhar por um lugar na Europa".
O ex-bastonário da Ordem dos Médicos disse que "os independentes estão com a AD", que nela "cabem todos aqueles que não estão satisfeitos com o PS", apontou Luís Montenegro como "uma inspiração" e agradeceu-lhe: "Obrigado, Luís, pela oportunidade de caminhar a teu lado nesta jornada que, tenho a certeza, será histórica".
O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, retomou o argumento de que "é precisamente pela experiência governativa que Pedro Nuno Santos não pode ser primeiro-ministro de Portugal", mas não esqueceu António Costa, que retratou como um mau treinador.
"O doutor António Costa teve a oportunidade de treinar esta equipa que se chama Portugal durante oito anos, treinou mal, temos perdido quase todos os jogos. Mas Portugal tem a oportunidade da dita chicotada psicológica. Portugal tem a oportunidade de um grande treinador, e é português, não temos de ir buscá-lo a lado nenhum. Chama-se Luís Montenegro", declarou.
No fim do seu discurso, Nuno Melo apelou aos indecisos e sobretudo os que se sentem revoltados para que "transformem a revolta em mudança e em esperança" e não "naquilo que é negativo, naqueles que manipulam o ódio e os sentimentos que não são bons".
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