“O que aconteceu ontem [domingo] às portas da Assembleia Nacional é inaceitável, visto que não é possível encenar uma eleição da junta diretiva da Assembleia Nacional impedindo os deputados, começando aliás pelo presidente em funções, de entrar na Assembleia para livremente votarem”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros à imprensa à margem do Seminário Diplomático, hoje em Lisboa.

“Portanto, não reconhecemos a pretensa eleição que ocorreu e, pelo contrário, tomamos boa nota de que os deputados impedidos de exercer o seu direito livremente se tenham reunido noutras instalações e tenham renovado o mandato do presidente Guaidó. Para nós, Portugal, e para nós, UE, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela é o deputado Juan Guaidó”, declarou.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português já tinha reagido no domingo, através do Twitter, para afirmar “grande preocupação” em relação à situação na Venezuela e considerar “inadmissível” qualquer “pretensa eleição” realizada à margem da lei e das regras democráticas.

O parlamento venezuelano deveria eleger no domingo a sua nova junta diretiva, votação da qual deveria resultar a reeleição do deputado e principal opositor do Presidente Nicolás Maduro, Juan Guaidó, mas o deputado foi retido durante horas pela polícia e agredido à porta do parlamento, enquanto no interior, em plenário, os deputados apoiantes do chefe de Estado venezuelano, elegiam Luís Parra, com o apoio de uma minoria de parlamentares da oposição suspeitos de corrupção.