Numa outra parede no largo do tribunal foi escrita a frase “Revolução feminista já”.

Aquele crime, ocorrido em setembro do ano passado, deu origem ao movimento “Mulheres de Braga”, de luta contra a violência doméstica.

O homicídio registou-se na Travessa da Praça da Justiça, a poucos metros do tribunal.

O arguido, de 48 anos, está acusado de homicídio qualificado.

Segundo a acusação, terá esfaqueado a ex-mulher “pelo menos 18 vezes”.

O arguido e a vítima casaram em fevereiro de 2017 e divorciaram-se em 08 de julho de 2019.

“O arguido não se conformava com o fim dessa relação e tentou reatar a mesma, o que não foi aceite pela ofendida”, acrescenta.

Os factos ocorreram em 18 de setembro, pelas 22:00, quando a mulher compareceu na Travessa da Praça da Justiça, em Braga, para se encontrar com o arguido, acedendo ao pedido que este lhe fizera.

A acusação diz que o arguido iniciou uma discussão com a vítima, no decurso da qual, munido com uma navalha aberta com cerca de nove centímetros de lâmina, lhe desferiu “pelo menos 18 golpes com força, sendo três na zona da cabeça, cinco na zona do pescoço, oito na zona do tórax e dois no membro superior esquerdo”.

“Na sequência destes golpes, a ofendida ficou prostrada no solo e o arguido deslocou-se apeado à Esquadra da Polícia de Segurança Pública de Braga, que fica nas imediações, onde entrou ainda com a navalha na mão, suja com restos de sangue e onde relatou o que tinha acabado de fazer”, lê-se ainda na acusação do Ministério Público.

A mulher foi assistida por populares e pelo INEM, mas acabou por morrer no local.

Este homicídio esteve na base da criação do movimento cívico Mulheres de Braga, entretanto constituído como associação, que tem como objetivo apoiar vítimas de violência doméstica.

Poucos dias após o crime, a associação promoveu uma vigília frente ao Tribunal de Braga, marcada pela mensagem “nem uma vítima mais”.

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