Segundo a Agência France-Press, são cada vez mais os lares e hotéis de Paris a braços com infestações de percevejos, insetos cuja particularidade reside em alojarem-se em camas e atacarem os seus utilizadores insuspeitos, ao picá-los e sugar-lhes o sangue. Por essa razão, a espécie, de nome científico Cimex lectularius, é conhecida pela designação percevejo-das-camas.

De acordo com o ministério da habitação francês, os percevejos, cuja população decresceu grandemente nos anos 50, regressaram em força e as causas prendem-se com uma resistência cada vez maior a inseticidas, assim como por transporte através de viajantes internacionais.

Em resposta a esta crise, o Governo francês lançou uma campanha, com um website com dicas de como prevenir e tratar de uma infestação destes animais, assim como um número de telefone de emergência.

As populações de percevejos começaram a decrescer depois da Segunda Guerra Mundial devido à utilização de pesticidas como o DDT. No entanto, não só a proibição destes produtos, dada a sua toxicidade e potência, permitiu uma ressurgência destes insetos, como estes animais vieram também a desenvolver uma resistência a inseticidas, de acordo com um estudo de 2016.

Os primeiros sinais de retorno verificaram-se no final dos anos 90 em Nova Iorque, e agora é Paris a metrópole afetada pelas infestações.

Os dados mais recentes quanto a este problema remetem a 2018, sendo que os especialistas de exterminação de infestações registaram perto de 400 mil moradas, incluindo hotéis, apartamentos e casas, o que representou mais um terço dos casos do ano anterior.

O problema tem sido encarado com tal seriedade que até marcou a campanha autárquica à Câmara Municipal de Paris, com o candidato Benjamin Griveaux — que entretanto desistiu devido a um escândalo sexual — a prometer limpar a cidade em 100 dias.

Os percevejos representam milhares de milhões de euros gastos anualmente para fazer desinfestações.

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