O consentimento da Assembleia da República, aprovado por unanimidade, acontece na sequência de uma carta do chefe de Estado, na qual este informou que tem uma "deslocação confirmada a Boston, nos dias 10 e 11 de junho, para participar nas Comemorações do Dia de Portugal", para a qual pediu autorização.

Contudo, nesta carta, com data de terça-feira, enviada ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, que substituiu uma anterior de 29 de março, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou desde já que o seu período de deslocações aos Estados Unidos pode vir a situar-se entre 04 e 14 de junho.

O Presidente da República escreveu que estão "previstas deslocações aos Estados Unidos no período entre os dias 04 e 14 de junho do próximo mês de junho, para participar nomeadamente nas Comemorações do Dia de Portugal".

O parlamento autorizou-o a deslocar-se neste período mais alargado.

Marcelo Rebelo de Sousa anunciou já em junho do ano passado que as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em 2018 – que vão começar nos Açores – iriam decorrer nos Estados Unidos, onde, segundo a Direção Regional das Comunidades, vivem cerca de 1,4 milhões de portugueses e lusodescendentes, estimando-se que 70% sejam de origem açoriana.

Na sexta-feira passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, tornou público, numa iniciativa da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa, que as autoridades portuguesas e norte-americanas estão a preparar "encontros políticos de alto nível muito importantes" a realizar por altura das celebrações do 10 de Junho.

"Não é minha responsabilidade dizer quais, mas posso assegurar-vos que estamos a preparar reuniões políticas de alto nível", acrescentou Santos Silva, que referiu que as comemorações do Dia de Portugal levarão o Presidente da República e o primeiro-ministro, António Costa, a várias cidades norte-americanas.

Questionado pelos jornalistas, o ministro recusou esclarecer se estava a falar sobre um possível encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Não falemos de hipóteses, o programa ainda está a ser preparado", retorquiu.

De acordo com a Constituição, o chefe de Estado não pode ausentar-se do território nacional sem autorização da Assembleia da República - com exceção de passagens em trânsito ou curtas deslocações sem caráter oficial, das quais deve, contudo, dar conhecimento prévio ao parlamento.

Frequentemente, as datas das deslocações oficiais que são aprovadas pelo parlamento incluem, por segurança, um ou dois dias a mais do que o período efetivo da visita.

O atual Presidente da República iniciou em 2016, ano em que tomou posse, um modelo inédito de comemorações do 10 de Junho, acertado com o primeiro-ministro em que as celebrações começam em território nacional e depois se estendem a um país estrangeiro com comunidades emigrantes portuguesas.

Em 2016, as cerimónias começaram em Lisboa e estenderam-se a Paris, em França, onde reside o maior número de portugueses fora do país. Em 2017, as celebrações começaram no Porto e terminaram em São Paulo e no Rio de Janeiro, no Brasil.