A primeira intervenção do PSD no debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS-PP ficou a cargo do vice-presidente da bancada Emídio Guerreiro, que recorreu a uma série de gráficos para demonstrar o desempenho do executivo socialista em matéria de investimento.
“O debate de hoje é mais uma oportunidade de o questionar sobre o insucesso do seu governo”, afirmou Emídio Guerreiro, apontando que o investimento público total de 2018 ficará mais de 30% abaixo do realizado em 2015, o último ano do anterior Governo PSD/CDS-PP.
Também na saúde, o PSD acusou o Governo de investir menos 16,3% em relação a 2015, considerando que esta quebra tem consequências quando “os portugueses vão às farmácias e dizem que não há medicamentos ou quando esperam meses por consultas e cirurgias”.
O PSD apontou igualmente quebras no investimento no setor da educação – que disse não ser sentida pelos membros do Governo “que não têm os filhos na escola pública” – e no das infraestruturas, a que apelidou “de departamento de Pedro Marques”, ex-ministro do Planeamento e atual cabeça de lista do PS às europeias.
“Promessas foram muitas, quase milhares, ‘powerpoint’ são centenas, festas de arromba, muita parra e pouca uva, mas a realidade dos números é esta: menos 27,5% do investimento concretizado do que em 2015”, criticou, numa intervenção que foi sendo acompanhada por muitos protestos das bancadas à esquerda.
Também neste ponto, Emídio Guerreiro considerou que as consequências da falta de investimento em infraestruturas não é sentida pelos membros do Governo, “que circulam em autoestradas com carros oficiais do Estado com motorista”.
“Os senhores falam e não cumprem, anunciam, mas não concretizam. Estes problemas não se resolvem com soluções familiares, resolvem-se cumprindo o que se promete”, afirmou, numa referência implícita à recente remodelação governamental.
Na resposta, António Costa "felicitou" o PSD por ter falado em investimento e por deixado de olhá-lo como "um fantasma do socratismo".
E insistiu nas explicações sobre o investimento na saúde, afirmando que este Governo aumentou a despesa neste setor para "repor os 1.300 milhões de euros" que, acusou, o Governo PSD/CDS cortou, e permitiram a contratação de mais trabalhadores.
Também a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, confrontou Costa com a questão das promessas feitas aos portugueses.
“Prometeu aos seus eleitores a maior carga fiscal de sempre? Prometeu o maior peso de impostos indiretos de sempre? Prometeu fazer o pior investimento público desde sempre? Prometeu paz social, onde está essa paz social?”, questionou, num pedido de esclarecimento ao primeiro-ministro.
Antes, o ‘vice’ da bancada do PS Rocha Andrade referiu-se às reivindicações laborais de várias classes – que considerou “mais ou menos justas”, – vincando que não correspondem a compromissos do Governo.
“Todas as medidas que ao longo da legislatura foram tomadas, essas foram tomadas no pressuposto e no contexto de que seria possível reduzir o défice publico e a dívida publica”, frisou o deputado socialista.
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